Travessa do Tranco ~ In Memoriam
Rest in Peace
quinta-feira, 16 de abril de 2015 19:02 | 0 Comentários

A neve caía naquele cemitério em Sussex, e o frio era tanto que pouquíssimas pessoas se aventuravam em visitar seus entes queridos já falecidos. Em um canto mais isolado tinha um jazigo de mármore negro adornado por anjos de pedra que ficava aos pés de um grande salgueiro chorão. O que mais chamava atenção era uma garota ruiva sentada ao lado de um dos anjos e ela estava tão quieta que podia facilmente ser confundida com um deles. 
Audrey tinha neve nos cabelos cor de fogo, ela não gostava muito daquele lugar cheirava como morte, mas ela tinha que ficar ali. Eventualmente ela conjurava luzes que guiavam os recém chegados para o outro plano, mas por algum motivo que a grifinória desconhecia, ela própria não conseguia ir embora. Um deles se aproximou dela, um rapaz com a cabeça arrebentada por um acidente de carro. Ele tinha os olhos cheios d’água e Audrey lhe deu um sorriso caloroso, juntou as mãos, conjurou uma flor de fogo e a lançou para o rapaz. Meio surpreso ele a pegou e quando entendeu a enormidade do presente da garota, ele retribuiu seu sorriso. 
Lentamente começou a desvanecer com um sorriso de agradecimento e Audrey sentiu uma pontinha de remorso. Ela sempre ficava muito sozinha naquele jazigo que mais parecia uma prisão. Ela então sentiu uma presença diferença, algo quente, algo vivo. Audrey semicerrou os olhos para as duas figuras que vinham ao longe, ela sempre fora meio míope. Por algum motivo ela não conseguia sair de perto daquela lápide, seu longo vestido era preso às mãos de um dos anjos e suas asas eram por demasiado pesadas. 
As duas figuras chegaram mais perto, uma criança ruiva de brilhantes olhos azuis e cabelos ruivos, carregava com dificuldade um bouquet de rosas que era praticamente do seu tamanho, e um homem de cabelos louros e olhos azuis que ela tanto amava. 
 -Diga olá para a mamãe - Johnny se ajoelhou ao lado da filha e ambos encararam a placa de bronze que adornava o jazigo. 
-Ela parece triste papai, porque?- Ao contrário de Johnny, Victoire tinha o olhar mais erguido e Audrey percebeu que a filha conseguia vê-la. Sua pequena Victorie que tinha herdado o seu dom, a criança também era beijada pelo fogo da vida. Ela tentou falar algo mas a voz morreu na garganta, Audrey não tinha voz para falar, não mais. 
-Bobagem Vic, ela deve estar feliz onde quer que ela esteja.- Johnny mentiu, ele se sentia miserável desde a morte da esposa e lhe parecia possível que ela também se sentisse do mesmo jeito. Entretanto aquilo apertava seu coração, era terrível apenas a ideia de que Audrey estivesse triste. 
-Não papai, ela está triste sim - Vic inflou as bochechas. Não gostava de quando não a levavam a serio e nisso era igualzinha à mãe. Johnny lhe deu um beijo na testa e falou sentindo os olhos ficarem cheios de água. 
-Hey minha fada, como você está?- Johnny perguntou olhando para o nada, o véu da morte a fazia invisível aos seus olhos. 
Audrey não podia se afastar dos seus restos mortais, mas podia se aproximar mais da sua família de modo que apenas uns trinta centímetros se interpusessem entre eles. A ruiva tentou falar mais uma vez, ficando na ponta dos pés ela conseguia olhar o marido nos olhos. “Você tem que me deixar ir Johnny”, se o corvinal continuasse a se recusar em pensar nela como uma morta, Audrey continuaria presa naquele jazigo. 
-Vic está ficando linda vê? Fico feliz que ela tenha herdado o lado bonito da família - Johnny falou com a voz embargada e Audrey lhe deu um sorriso. A filha tinha os olhos dele e muito da personalidade também embora os cabelos e as feições fossem maternas - Ela não mostrou nenhum sinal de mágica ainda, mas tudo bem, talvez seja melhor se ela for uma trouxa, talvez ela possa crescer de maneira mais segura assim. 
 Jhonny passeava os dedos pelos cachos de Victoire, e ela o olhava com cara meio brava. Audrey fez que não com a cabeça, a grifinória sabia que qualquer que fosse a dádiva que fora dada a ela tinha passado para a sua filha para permitir que a criança vivesse. 
-Papai para de olhar para o nada, mamãe vai se irritar com você! - Victoire teimou mas Johnny não lhe deu atenção. Acreditava que a filha estava imaginando a mãe, ele não a culpava, também sonhava com ela as vezes. 
 Audrey estendeu os braços e a ponta de seu dedo indicador encostou na mãozinha da filha. E naquele momento Vic estendeu a palma da mão, e de lá saiu uma pequena chama. Johnny arregalou os olhos, era a primeira vez que a filha fazia magia. Victoire delicadamente ergueu sua chama e ela voou em direção à ruiva mais velha. Foi só aí, quando Audrey recebeu o presente que estava tão acostumada a dar, que ela entendeu sua magnitude. Ela colocou o foco de luz entre as palmas tão mão e naquele momento todo o seu corpo começou a brilhar. 
Por um breve momento, Johnny pode vê-la, linda e resplandecente em sua energia mágica. “Você realmente estava aqui”. Ele não conseguia acreditar. As asas se ergueram, elas estavam leves para voar mais uma vez e Audrey sentiu-se tão feliz que soltou uma risada musical. 
 -Deixa ela ir papai, deixa ela ir - Victoire falou calmamente, era como se fosse uma adulta cuidando dele. 
-Eu amo você ok? - O homem respondeu, e aquilo foi dirigido para as duas ruivas presentes. Audrey então foi cercada por línguas de fogo enquanto ela própria se desfazia em luz. Estava livre, finalmente. 
-Eu também te amo - Sua voz pode ser ouvida mas sua figura não estava mais lá. Johnny enxugou as lágrimas com as costas da mão e pegou a filha no colo. 

-Você é muito especial sabia? - E fez-lhe cócegas nas bochechas. 
-O suficiente para jantar pizza com o tio Carl e a tia Anna? - Ela disse fazendo um biquinho. Normalmente Johnny era bem estrito quanto a dieta da filha mas aquele acontecimento deixou seu coração mais amolecido. 
-Mas você vai ter que comer uma fatia da pizza de abacaxi com presunto e sorvete que o Carlisle tanto gosta - Respondeu. 
-Irgh não! Eu quero pizza de frango - A ruivinha respondeu enquanto eles se encaminhavam para fora do cemitério. Johnny parou para olhar uma última vez, não teria sentido voltar ali, nada mais havia de Audrey naquele lugar. 
-Descanse em paz Audrey Creevel - Ele disse em um sussurro enquanto colocava a filha na cadeirinha do carro e dava a volta para assumir seu lugar no banco do motorista. 

 Por Audrey Le Fay White

Expressed before
segunda-feira, 7 de maio de 2012 09:27 | 3 Comentários

Todos permaneciam em silencio, era assim que os ali reunidos se postavam diante do lorde das trevas, por medo talvez, ou respeito, ou um pouco dos dois. A voz oscilante de Voldemort ecoava pelo enorme salão dos Malfoy naquela noite, reuniões assim aconteciam freqüentemente agora, e a mansão sonserina fora escolhida como quartel general dos comensais da Morte. Snape outrora informando-os sobre o que acontecia dentro da Ordem agora permanecia calado como os outros.

-É inaceitável que dois Aurores, membros da ordem da fênix, tenham sumido debaixo do seu nariz, Severo - Questionava Voldemort sentado na ponta da mesa onde estavam reunidos - Agora me diga como posso me assegurar de que não serei atrapalhado por Dumbledore ou por algum dos seus infelizes seguidores, me diga como prosseguir com meus planos sabendo que algo esta acontecendo longe do meu conhecimento?

-Tenho certeza que com o início do Ano letivo em Hogwarts terei mais notícias sobre o que de fato esteja acontecendo, milorde.
-NÃO POSSO ESPERAR PELO ANO LETIVO, SEVERO.
-Mas esse me parece ser o único modo, meu senhor, já foi constatado que não há movimentação na casa em Londres, e Edward não está mais cumprindo com seus deveres no prédio do Ministério. Creio eu que, como de costume, tanto ele quanto a esposa levem os filhos até a plataforma para o embarque no expresso.
-Você já foi mais astuto, Severo – Disse por fim se virando para um outro comensal que estava sentado a direita da mesa – Augusto, nos conte o que você viu na semana passada.

Augusto Rookwood fora um dos espiões dentro do Ministério na primeira acessão do Lorde das Trevas, fugira de Azkaban no ano anterior, acompanhado de diversos outros comensais.

-Bom, Fui até a residência dos Creevel uma noite e constatei que seus filhos ainda residem a casa com o mordomo. Como Snape disse não há sinais de nenhum dos Aurores, mas a casa não está abandonada. O que significa, imagino eu, que tanto Edward quando a esposa não devam estar muito longe.
-Você chegou a ir realmente a Londres, Severo? - Agora Voldemort se dirigia ao professor com um sorriso irônico, desafiando a resposta do mago.
-È claro, milorde, mas não me lembro de ter visto movimentação na casa. – respondeu Snape - E mesmo que esteja errado não vejo por que se prender a esse detalhe, certamente as crianças não devem saber o que está acontecendo.
-Quantos filhos tem o casal? Perguntou Voldemort ignorando a justificativa do bruxo.
-Dois... Dois Filhos, Sangue-Puro os dois – Respondeu Snape.
-Corvinais pelo que Draco me contou – Acrescentou Lúcio Malfoy.
-Hum... Bellatrix! Vá até Londres, dê um susto nessas crianças e tente descobrir o paradeiro dos seus pais.
-Terei um grande prazer em fazê-lo, mestre. – A voz esganiçada de Bellatrix.

...

O sol já estava bem alto, mas Johnny não teve animo para descer, provavelmente Claus já teria retirado a mesa, afinal ele dera o sinal para o café da manhã á algum tempo. Ficar em casa deixara o garoto entediado e ele já não via a hora de iniciar o ano letivo na escola de magia e bruxaria de Hogwarts.
Deitado na cama, ainda de pijama, Johnny imaginava o que estariam fazendo seus amigos, pensou em Ashley e no quanto estaria se divertindo com seus pais que eram sempre tão engraçados, pensou também em Audrey White e no que estaria fazendo naquele momento. Era incrível como ele se sentia todas as vezes que pensava na garota, seu peito arrepiava e suas mãos suavam frias, se ele se concentrasse um pouco mais era capaz de sentir o doce perfume da garota invadir suas narinas como se ela estivesse bem ali ao seu lado.
-Johnny? A voz ecoou pelo quarto abafado.
-Ah, é você... – disse ele direcionando o olhar para a porta.
-Vista-se, temos visitas! – Elouise parecia entusiasmada e não se preocupou em esperar pelo irmão antes de descer.

Logo em seguida o garoto descia as escadas com o mínimo de vontade possível, procurando coragem suficiente para conseguir chegar ate á cozinha de onde vinha todo o barulho.

-Que cara é essa, menino, nem parece feliz por voltar a Hogwarts, na minha época não tinha um bruxo que conseguisse esconder o sorriso mesmo antes de embarcar no velho expresso... – contava Tio Henrique sentado na ponta da mesa com um enorme pedaço de bolo na mão, do outro lado o mordomo Claus e Elouise davam altas gargalhadas como se a presença do tio ali fosse a coisa mais divertida do mundo.

Não demorou muito para o garoto recuperar seu ânimo, depois de várias histórias sobre o Kansas e como tio Henrique se livrou de uma infestação de Gnomos em seu jardim no mês passado. Eis que veio finalmente o motivo pelo qual tio Henrique tenha aparecido apenas três dias antes do embarque dos jovens sobrinhos: Material Escolar.

-Material Escolar? Perguntou os dois surpresos. Mas Claus já tivera comprado com antecedência, pensou Johnny enquanto o tio puxava dois pergaminhos e entregava a cada um dos sobrinhos.
-Terei que comprar um novo caldeirão! Exclamou Elouise olhando por cima da sua lista.
-Minha lista está incompleta – acrescentou Johnny – falta o livro de porções...
-Creio que as Listas estão corretas, as duas – acrescentou por fim tio Henrique – e vamos rápido, á essa altura os melhores artigos devem estar acabando.
- E como vamos, o senhor mesmo vai dirigir o carro trouxa? Perguntou Elouise.
-Iremos andando, Minha querida, Londres é bonita demais para apreciarmos pela janela de um carro!



Fora bastante divertido fazer compras com o tio naquela manhã. Alem dos materiais Johnny comprou um livro sobre táticas de defesa e uso da varinha, parecia ser um bom complemento para seus N.I.E.s. Depois de tomar um lanche eles retornaram para O Caldeirão Furado, Johnny com os materiais e Elouise tropeçando com um enorme caldeirão de cobre que tio Henrique lhe orientara a comprar, “o quinto ano é o mais proveitoso” dizia ele todas as vezes que ia auxiliar a menina com algum material. Logo estavam em casa novamente.
Johnny subiu ao seu quarto e jogando os novos materiais no chão tratou de começar a ler seu novo livro, ou era isso que iria fazer antes de notar, em cima da escrivaninha, um pedaço de pergaminho com minúsculas letrinhas, era um bilhete, sem destinatário, sem remetente.

“Eu sei onde seus pais estão...”


Just be Friends
segunda-feira, 23 de abril de 2012 11:37 | 2 Comentários

-Eu queria te falar...
Audrey estava incrivelmente sem jeito. O coração dela batia acelerado e o rosto estava da cor do cabelo. Ela respirou fundo e desejou que não tivesse que fazer nada daquilo, porém Vlad sempre fora tão bom para ela, ela não podia seguir enganando-o daquela forma.
-Fala minha fada.
Vlad falou olhando para ela com aqueles profundos olhos azuis.
-Não fala desse jeito.
Audrey falou com os olhos cheios de lágrimas.
-O que houve com você?
O sonserino perguntou, estavam no jardim da casa de Audrey e Vlad não pode evitar de imaginar o que aconteceria se ele simplesmente arrebentasse a cabeça dela na parede.
-Eu não posso continuar namorando com você. Ela falou.
-Foi algo que eu fiz?
Audrey sacudiu a cabeça.
-De forma alguma, é que eu ainda amo Johnny e não acho certo fazer isso com você.
Vlad a abraçou.
-Eu não ligo para isso. Se você não nutrisse sentimentos por ele, se você não fosse assim tão linda e cheia de sentimentos puros, simplesmente não seria você.

Verdade seja dita, se Ventus não fosse tão inocente e puro não seria ele mesmo. Para Vlad a única coisa importante para que ele ficasse do lado dela era que seus olhos e os de Ven tivessem o exato mesmo tom.

-Eu não posso fazer isso com você Vlad. Vamos só ser amigos ok?
O moreno a largou e ficou estático, ela realmente estava decidida.
-É hora de acabarmos. Nada disso foi real.
O vampiro continuou estático.
-Me desculpe, queria que pudéssemos continuar sendo amigos. - Ela falou tentando sorrir. Mas quando Vlad ergueu a mão ela achou melhor sair antes que ele pudesse fazer algo do qual se arrependeria.

Quando Audrey falou “vamos terminar” O que Vlad realmente viu foi seu posto como Soldier indo embora pelo ralo. Viu Ventus que as vezes chorava no ombro dele pelos mal tratos que sofria, viu ele chorando por estar sempre tão sozinho. Nenhum membro da Garde gostava de se sujeitar ao Soldier que parecia uma menina, embora fosse exponencialmente mais poderoso do que qualquer um deles. Ele sentiu as lágrimas escarlates escorrendo pelo rosto. Sentiu também que alguem lhe abraçava por trás.
-Lightning. - Ele falou como se estivesse cuspindo as palavras, repugnava o fato de ela ter conseguido virar a Soldier do relâmpago. Embora tivessem sido irmãos quando humanos, o que realmente unia os dois era o amor que tinham por Ventus.
-Eu cuido dele, prometo para você.

Vlad se virou e acertou Anna com toda a força que tinha. Aquilo a machucou de verdade, mas não era nada do qual não pudesse se recuperar. Embora fosse mais viril e alto, Vlad sempre se julgou inferior a Ventus e a vampira sabia como era difícil para ele perder a única chance de protegê-lo. Mas ela não podia mentir que estava aliviada. Vlad era o maior perigo que rondava Audrey.

-Para com isso! Você trabalha com o Joseph! Anna você o deixou sozinho sempre, Ventus sempre tinha que fazer missões com aquele detestavel do Storm. Ele cerrou os punhos com tanta força que filetes de sangue começaram a escorrer.  - E só por termos sido irmãos sempre vêm com essa cisma de que eu tenho que ser o seu Garde. Eu queria entrar para a equipe do Ven pelo menos.

Anna estava com os olhos fechados, a palma da mão aperta sobre os ferimentos que Vlad havia feito. Ela estava incitando a circulação do veneno naquele ponto para que assim pudesse se regenerar mais rápido.

-Pelo amor de Merlin, cresça Vlad. Se realmente ama Ventus tanto assim você arrumar um jeito de virar Soldier, com ou sem a Audrey.

O Pesadelo.
segunda-feira, 16 de abril de 2012 10:12 | 0 Comentários

Pela janela de vidraça quebrada, soprava o vento mais gélido que sentia. Os pêlos de seus braços se arrepiavam e suas bochechas ficavam na cor cereja. Corpos estavam jogados naquela sala com estofados antigos, armários bagunçados e vasos despedaçados. A lua iluminava aquela sala, já que o enorme lustre estava quebrado. Emylee olhava ao redor calmamente, arrastando seus olhos e observando os dois corpos que estavam empilhados em um canto, próximo a lareira e um quadro de um corvo. Aquela sala estava meio fedorenta, já que os demais corpos pareciam estar entrando em estado de putrefação, Emylee fez uma cara de nojo e colocou um lenço de seda para tapar o nariz.

Gael arrastava um corpo de uma criança que aparentava ter seus nove anos de idade, o menino estava coberto do seu próprio sangue, em sua garganta havia uma enorme ferida, como se alguém tivesse arrancando parte dela, seus olhos olhavam fixamente para um lugar, o ultimo que havia visto antes de morrer. Gael tinha um sorriso monstruoso no rosto. Emylee sentou-se em uma poltrona na cor verde musgo, próxima ao corpo de uma mulher, longos cabelos castanhos, a mesma olhava para o ultimo lugar que veria antes de morrer, em seus rosto haviam cortes profundos, seu antebraço esquerdo havia sido arrancando e na sua barriga... Não havia nada, já que ele estava totalmente aberta e seus órgãos arrancados.
- Acho que já deu. - Emylee abriu a boca pela primeira vez naquela noite.
Gael não respondeu, apenas arrastava o corpo de um homem, que estava sem o maxilar.
- Já chega Gael! Deixe os corpos por ai e vamos embora! - A loura levantou da cadeira indo em direção ao irmão.
No mesmo instante que Emylee levantou-se, Gael largou os pés do homem que arrastava e fico a observar o corpo do mesmo.
- Vamos embora ou seremos pegos. - Disse a irmã calmamente.
O jovem suspirou e virou o rosto ensanguentada para a irmã, Emylee afastou-se do irmão, ele não era o mesmo, seus olhos estavam em uma tonalidade perfeita de azul, pareciam absolutamente claros. O jovem tinha um corte comprido no canto da boca, seu lado esquerdo estava mais ensanguentado que o lado direto.
- Eu vou ficar! - Disse cuspindo sangue na irmã.
- Pare Gael, já chega disso! - Emylee sentia um aperto no peito, queria tirar Gael dali o mais rápido possível.
- NÃO! VÁ VOCÊ EMBORA! - Mais um vez o sangue foi cuspido e atingiu o rosto de Emylee.
Emylee não pensou duas vezes e saiu dali, mas primeiramente deu uma ultima olhada naquela sala que antes era a sala de visita do Casarão Mortlock, analisou cada corpo e reparou que a mulher que estava morta na poltrona que antes estava sentada era sua mãe Eleonora, e o homem que Gael arrastava era seu pai Bartolomeu.

~*~*~*~

Emylee abriu os olhos rapidamente, pela primeira vez, depois de determinados anos, seu olho lacrimejou e uma lagrima ousou escorrer pelo pálido rosto. A lagrima fez seu trajeto e caiu por fim no travesseiro de tonalidade pastel. O pesadelo que tiverá poderia acontecer, mas os personagens que havia visto, não eram os desejados e muito menos os que deviam morrer.

O primeiro dia do resto de suas vidas.
sexta-feira, 13 de abril de 2012 15:59 | 0 Comentários

Audrey abaixou-se para pegar os livros que havia derrubado no chão estava no caminho de casa quando tudo aconteceu. Ela pegou Spock, o Golden Retrieve do pai que havia pulado a cerca de novo. A ruiva sentiu algo de errado, Spock estava inquieto, ela pegou a coleira do cachorro e o guiou no caminho de volta. Estava praticamente na soleira da porta quando a casa entrou em combustão.
Audrey ficou em choque, ela correu para dentro da casa sem pensar duas vezes. Ela gritou chamando o pai, mas quando viu uma cabeça rolando a escada em chamas, ela desmaiou. Jamais saberia dizer quanto tempo se passou desde que ela desmaiara.
Quando abriu os olhos estava em uma cama de hospital, ao seu lado havia uma cadeira de balanço e nela estava sentado um rapaz de pele azeitonada e olhos escuros.
-Pai?
Ela não conseguiu falar mais nada, estava drogada até a ponta das orelhas. Seus pulsos estavam presos a cama e ela podia sentir uma dor dilacerante nos braços e nas bochechas, ela não sabia ainda mas havia se mutilado durante os pesadelos que a assolaram desde que perdera o pai.
-Ele morreu, sinto muito.
Nem todas as drogas do mundo conseguiriam impedir Audrey de chorar naquele momento. As lagrimas caíram e o rapaz moreno se levantou e as enxugou com um lenço.
-Meu nome é Jake Delaviega. Depois que os bombeiros apagaram o fogo, você foi trazida para o hospital da minha família.
Mentira mentira mentira
Ele tinha um sotaque espanhol, sua voz era quente e macia como caramelo em um novelo de lã.
-Eu vou soltar você, mas me promete que não vai se machucar?
Jake se ajoelhou ao lado da cama e começou a desafivelar as correias que prendiam os pulsos de Audrey. Ela começou a sentir uma quentura no meio das pernas, seus sentidos estavam voltando e ela percebeu que estava suja de urina.
-Oh céus, vamos ter que dar um jeito nisso não é? Meredith?
Ele chamou.
-MEREDITH!
Ele gritou agora, e a resposta que teve foi o som de pesados passos subindo a escada. A porta se abriu e uma garota alta de cabelos curtos cor de ferragem olhos dourados, alta e magra, usava um vestido branco excessivamente curto de mangas e um chapéu branco com uma cruz vermelha. Aquilo parecia um daqueles uniformes de enfermeira comprado em sex shop.
-Eu não tenho que passar por isso, eu não vim aqui para isso JAKE.
Ela falo o nome dele com um tom de sarcasmo.
-Larga mão de ser chata Meredith, a pobre menina precisa de um banho.
Meredith cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.
-E eu com isso?
Jake tirou a varinha das vestes e conjurou uma tina de madeira com agua e espuma, toalhas brancas e uma camisola nova.
-Você é enfermeira caralho, é sua função dar banho nela.
Meredith respirou fundo.
-Vou contar isso para o papai.
Mas caminhou em direção a cama e fez sinal para que Jake saísse.
-Obrigado flor.
O rapaz falou enquanto saia do quarto.
-Você passou por maus bocados não foi?
Meredith tirou a camisola de Audrey e a deixou tremendo de frio enquanto trocava os lençóis da cama.
-Entra na banheira sua lerda.
Audrey ficou parada, tremendo, em estado de choque.
-Que merda.
Meredith lhe deu a mão e a guiou. Encheu a banheira de agua quente e começou a lavar o cabelo ruivo da garota.
-Será que você pode fazer aquela coisa das asas de novo?
Audrey não respondeu, mas do jeito que Meredith lavava sua cabeça parecia que todos os seus cachos ruivos seriam arrancados.
-Papai.
Audrey soltou, haviam incendiado a casa em busca dela, vampiros e comensais queria o monstro que crescia dentro da grifinória. A pobre garota só não sabia disso ainda.
-Aqui.
Meredith deu a ela a trompa de marfim que a ruiva havia conseguido durante as férias de páscoa do quinto ano. Sempre que você sobrar esta trompa a ajuda virá, assim havia dito o menino dos seus sonhos.
-Jake falou para você tocar essa coisa. Eu tentei sopra-la mas não sai som nenhum. Se você não se importar eu queria usar isso ai para acertar a cabeça do kratos. Ele anda me irritando muito ultimamente.
Audrey não deu atenção a ela. Seus dedos se fecharam mecanicamente em torno da trompa sujando-a de espuma. Ela a encarou e a levou os lábios, quando se fez o som que saiu foi alto e potente. Meredith soltou um grito e tapou os ouvidos.
-Para de soprar essa merda! Sei que o que quer que você esteja precisando deve estar a quilômetros daqui mas toca essa coisa alto assim não vai fazer diferença.
Mas fez, Meredith secou Audrey e colocou a camisola nova nela, ajudou-a a se deitar e quando estava quase saindo Kratos o grande bruxo grego que as vezes parecia ter o QI de uma ameba entrou no quarto.
-O que você vai fazer?
Meredith perguntou, a garota ruiva era responsabilidade dela.
-Ler historinhas
O rapaz ergueu os contos de beedle o bardo. Meredith fez um sinal para que ele continuasse e desceu as escadas. O hospital da família de Jake Delaviega não era um hospital, era um casarão no centro Amsterdã que no andar térreo funcionava como uma livraria café e no andar de cima moravam Jake, Bruce e eventualmente Meredith.

A garota dos olhos dourados não sabia, mas a ajuda da fada entrou na forma dos dois rapazes que acabavam de entrar na loja. Um tinha cabelos castanhos e olhos azuis, e o outro olhos bicolores e cabelos negros.

Por Audrey White.

Verano . Parte 1
segunda-feira, 9 de abril de 2012 07:29 | 0 Comentários

Gradativamente foi abrindo os olhos acinzentados, se espreguiçando demoradamente na grande cama king size do hotel. Era a primeira vez que pensava seriamente em não regressar à escola. Hogwarts, que sempre simbolizou segurança e hospitalidade, agora lhe assemelhava a um redemoinho de problemas.
-... Como nem tudo que é bom dura pra sempre, que comece o ano letivo.- Resmungou com um suspiro.
Para todos os conhecidos da jovem Evans, aquela era apenas mais uma viagem a Paris. Moda, classe e compras tudo perfeitamente esquematizado para parentes e amigos não estranharem a viagem solitária.
A verdade era que a jovem bruxa passara todo o verão pesquisando e procurando pessoas conhecedoras das antigas profecias. Com tudo que começara no seu sexto ano, pela primeira vez a loira resolvera encarar sozinha a predestinação e agir por conta própria para se libertar do mal eminente.

Se sentia estranhamente vazia e sozinha. Era difícil, já que não tinha mais com quem dividir sem receios e seu segredo. Estava evitando contar tudo para Dumbledore, mesmo que suspeitasse que o bruxo tinha conhecimento do que se passava com ela, porém como estava tentando resolver tudo sozinha, achou melhor esperar começarem as aulas para tratar desse "assunto delicado" com o Diretor.

Tomou uma demorada ducha, e após se arrumar adequadamente com um Valentino azul escuro e saltos Ferragamo caramelo, ela desceu para a recepção do luxuoso hotel parisiense.
- Sra. Evans, gostaria de uma mesa para o desjejum? – Perguntou a gerente com praxe.
- Sim, e aproveite e encerre minha estadia. Estou voltando para Londres ainda essa tarde. Você já pode embarcar meus pertences, por favor.
- Sim,senhora. Providenciarei imediatamente.
Estava um pouco desapontada. Primeiro porque não conseguira relaxar o suficiente, na verdade mal visitara seus lugares prediletos na cidade, e com tantas preocupações, nem esperava que o fizesse. E segundo, pela escassez de informações obtidas. Apenas Vera, uma bruxa de quase 120 anos e descendente de antigos sacerdotes Druidas, fora sua melhor aposta. Foram quase duas semanas andando que nem um trasgo tonto e subornando bruxos que ela descobrira o paradeiro da velha, que tinha fama de carrancuda agressiva. Louren se recordava de quando bater a sua porta pela primeira vez, ter sido ameaçada com um caldeirão enfeitiçado por ser julgada caçadora de artefatos.
- Eu já não possuo mais nada, vendi tudo! Vá embora da minha propriedade!- A velha gritava pela fresta da janela.
-Mas, senhora, por favor...Preciso da sua ajuda! – A porta da frente se abriu com um estrondo. Louren arqueou uma sombracelha, teria a velha decidido ser mais hospitaleira?
Como resposta um grande caldeirão de cobre saiu em disparo para o jardim, e se a menina não tivesse desviado um milésimo a tempo, teria-lhe acertado a cabeça.
- Confringo! -Conjurou com a varinha para o objeto, explodindo-o a tempo de uma nova investida. – A senhora é louca por acaso? Eu podia ter morrido sua velha maluca! - Gritou indignada.- Se Adharien conseguir o que quer, espero que sua alma seja a primeira a ser recolhida! – Foi quando a bruxa irrompeu na soleira da casa.
- Como foi que disse, menina?
- Isso mesmo que você ouviu. Agora deve saber que não me trato de uma pistoleira atrás de relíquias mágicas.- Lore bufou cruzando os braços.- Preciso mesmo de sua ajuda.

(...)


A moça bebericou o chá que lhe fora oferecido, claramente ainda se mantinha desconfiada dos atos violentos e impulsivos da velha.

- Como soube onde me procurar? – Vera Himborne agora parecia menos agitava, ela atirava centelhas vermelhas com sua varinha nos tocos de arvora da lareira, que instantaneamente começou a crepitar. Não aparentava 120 anos, apenas uns cinquenta e poucos. Com certeza fazia uso de poções especiais de rejuvenescência.
- Eu li alguns livros , conversei com algumas pessoas. Naturalmente seu nome é bastante popular devido sua idade e carreira. Antiga alquimista e auror, certo?
A mulher nem se deu o trabalho de confirmar,apenas se sentou de frente para Louren numa cadeira de balanço gasta. Na sala, várias instantes empoeiradas,baús e vidros de conteúdos distintos se destacavam. Pareciam ser estudos e descobertas de anos e a loira não duvidava que realmente aparecia gente de má fé tentando se apoderar dos pertences preciosos de Vera.
- Por que tem tanto interesse em Adharien, menina? Aonde você leu sobre ela?- A velha parecia aborrecida demais com o assunto, como quem ralha com uma criança que está mexendo com o que não deve.
Louren engoliu em seco, sem saber direito por onde começar. Então contou todos os sonhos e rumores dos centauros.
- Temos um grande problema, eu presumo. - Concluiu a bruxa. - Não pode haver uma terceira ascensão...Compreende, garota?
- Claro que eu entendo...Mas o que posso fazer? Ela está tentando se manifestar! - A voz da Grifina estava descontrolada.

Por Louren Evans

Magnet
quinta-feira, 5 de abril de 2012 16:24 | 0 Comentários

O sol estava apino la fora. Mas eles estavão trancafiados nas profundezas das masmorras de um castelo na Normandia. Em um espaço mausoléu espaçoso eles estavam abraçados, eram raros os momentos em que podiam ficar juntos por isso aproveitavam ao máximo quando estavam nos braços um do outro.
-Você não muda mesmo.
O Soldier do ar, Ventus estava deitado abraçado com o um vampiro de cabelos negros e olhos azuis.
-Eu vou vir para perto de você Ven, Tennyo está quase se entregando para mim.
Embora o louro fosse um Soldier ele era consideravelmente menor e mais franzino do que o vampiro moreno.
-É verdade que Jotun te prometeu um lugar entre nós se você entregar a ruiva sem graça?
O vampiro moreno sorriu e afundou o nariz nos cabelos dourados de Ven.
-Ruiva sem graça? Você está com ciúmes Ven?
O louro olhou para ele, os olhos eram exatamente iguais aos dela, vai ver é por isso que o outro conseguia passar tanto tempo declarando amor a ruiva.
-Não, eu não estou com ciúmes dela! Só não acho que você deva fazer isso só para ser um Soldier.

Ven ainda se lembrava de quando havia sido condecorado. Ele, Johnatam e Lightining estavam presos no meio do ártico tentando aniquilar um condado de abomináveis homens da neve. Johnatam estava terrivelmente machucado e Lightining estava desacordada com tantos ferimentos que parecia que os dois jamais iriam acordar. Ventus era sempre aquele a ser protegido, Johnatam em todas as eras sempre tomou conta dele, mas naquele momento ao vê-lo sangrando no chão, sem saber se ele ficaria bem, e com uma manada furiosa de homens da neve tentando mata-los, Ventus tirou força de onde nem ele sabia que tinha.

Para proteger Johnatam, naquele momento ele nem sequer via Lightining, ele saiu do esconderijo e lembrou-se de quando humano ele era um hibrido de Eidolon do vento. Criou furacões, ciclones usou todo o poder que tinha para proteger o rapaz que amava. Ficou esgotado, mas conseguiu dar tempo para que Lightining se curasse e desse conta de trazer Johnatam de volta a sanidade. Qual era mesmo o nome que Lightining usava naquela época? Ah sim Odette. Ela não era Lightining naquela época, era apenas Odette. Quando os três voltaram para ordem bem sucedidos, Lightining contou o que havia acontecido e Ventus tornou-se Ventus, o Soldier do Ar.
-Eu vou ficar perto de você não importa o que aconteça, você sempre é o imã que vai me atrair.
O moreno falou, Johnatam ja nao era Johnatam a muuuito tempo.
-É igual aquela música que você fez para mim? “I'll be pushed around you, just like a magnet would do”.
Os dois se perderam ainda mais nos braços um do outro.
-É um pecado isso que a gente faz? Ventus perguntou, ele queria ficar perto dele o tempo todo, assim como Elizabeth e Snow.
-As pessoas não nos entendem Ven, isso não é pecado.Nós nos amamos não têm absolutamente nada de errado nisso.

Vlad beijou as lágrimas dele, lambendo o sangue deliciado. Ventus podia ser incrivelmente poderoso, mas havia sido transformado apenas com dezesseis anos e naquela época ele era franzino e tímido. Pode-se dizer que continuou assim, os outros Soldiers o chamavam de o Soldier das Crianças, ou o Soldier franguinho. O sonserino sentia que se ele fosse um Soldier também, poderia proteger Ven e faze-lo mais forte.
-Que tal Sound, o Soldier do Som?
Ventus riu, quando Vlad cantava para ele, ele sentia que não havia mais nada de errado no mundo. Que ele estava protegido de tudo e que não existia mais nada.
-E qual seria o seu poder especial? Super canção de ninar?
Vlad fez cocegas no louro, era impressionante a capacidade que ele tinha de estar chorando em um momento e rindo até as orelhas no momento seguinte.
-Por que não? Você gosta quando eu canto para você. Vive com “Pooor favor canta Magnet para mim”.
Ventus o beijou e Vlad se sentiu feliz com isso, o Soldier quase nunca tomava a iniciativa. Vlad o aninhou nos braços e cantou enquanto ouvia o Soldier fazer um barulho de satisfação, como se estivesse ronronando.
-Looking in your eyes
I’m absolutely magnetized
If they took me away, God, I swear that I’d be pulled back to you
This I know is true
And on my life I promise you
I’ll be okay, because I’d give up the world just to see you, my precious one...