Travessa do Tranco ~ In Memoriam
O primeiro dia do resto de suas vidas.
sexta-feira, 13 de abril de 2012 15:59 | 0 Comentários

Audrey abaixou-se para pegar os livros que havia derrubado no chão estava no caminho de casa quando tudo aconteceu. Ela pegou Spock, o Golden Retrieve do pai que havia pulado a cerca de novo. A ruiva sentiu algo de errado, Spock estava inquieto, ela pegou a coleira do cachorro e o guiou no caminho de volta. Estava praticamente na soleira da porta quando a casa entrou em combustão.
Audrey ficou em choque, ela correu para dentro da casa sem pensar duas vezes. Ela gritou chamando o pai, mas quando viu uma cabeça rolando a escada em chamas, ela desmaiou. Jamais saberia dizer quanto tempo se passou desde que ela desmaiara.
Quando abriu os olhos estava em uma cama de hospital, ao seu lado havia uma cadeira de balanço e nela estava sentado um rapaz de pele azeitonada e olhos escuros.
-Pai?
Ela não conseguiu falar mais nada, estava drogada até a ponta das orelhas. Seus pulsos estavam presos a cama e ela podia sentir uma dor dilacerante nos braços e nas bochechas, ela não sabia ainda mas havia se mutilado durante os pesadelos que a assolaram desde que perdera o pai.
-Ele morreu, sinto muito.
Nem todas as drogas do mundo conseguiriam impedir Audrey de chorar naquele momento. As lagrimas caíram e o rapaz moreno se levantou e as enxugou com um lenço.
-Meu nome é Jake Delaviega. Depois que os bombeiros apagaram o fogo, você foi trazida para o hospital da minha família.
Mentira mentira mentira
Ele tinha um sotaque espanhol, sua voz era quente e macia como caramelo em um novelo de lã.
-Eu vou soltar você, mas me promete que não vai se machucar?
Jake se ajoelhou ao lado da cama e começou a desafivelar as correias que prendiam os pulsos de Audrey. Ela começou a sentir uma quentura no meio das pernas, seus sentidos estavam voltando e ela percebeu que estava suja de urina.
-Oh céus, vamos ter que dar um jeito nisso não é? Meredith?
Ele chamou.
-MEREDITH!
Ele gritou agora, e a resposta que teve foi o som de pesados passos subindo a escada. A porta se abriu e uma garota alta de cabelos curtos cor de ferragem olhos dourados, alta e magra, usava um vestido branco excessivamente curto de mangas e um chapéu branco com uma cruz vermelha. Aquilo parecia um daqueles uniformes de enfermeira comprado em sex shop.
-Eu não tenho que passar por isso, eu não vim aqui para isso JAKE.
Ela falo o nome dele com um tom de sarcasmo.
-Larga mão de ser chata Meredith, a pobre menina precisa de um banho.
Meredith cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.
-E eu com isso?
Jake tirou a varinha das vestes e conjurou uma tina de madeira com agua e espuma, toalhas brancas e uma camisola nova.
-Você é enfermeira caralho, é sua função dar banho nela.
Meredith respirou fundo.
-Vou contar isso para o papai.
Mas caminhou em direção a cama e fez sinal para que Jake saísse.
-Obrigado flor.
O rapaz falou enquanto saia do quarto.
-Você passou por maus bocados não foi?
Meredith tirou a camisola de Audrey e a deixou tremendo de frio enquanto trocava os lençóis da cama.
-Entra na banheira sua lerda.
Audrey ficou parada, tremendo, em estado de choque.
-Que merda.
Meredith lhe deu a mão e a guiou. Encheu a banheira de agua quente e começou a lavar o cabelo ruivo da garota.
-Será que você pode fazer aquela coisa das asas de novo?
Audrey não respondeu, mas do jeito que Meredith lavava sua cabeça parecia que todos os seus cachos ruivos seriam arrancados.
-Papai.
Audrey soltou, haviam incendiado a casa em busca dela, vampiros e comensais queria o monstro que crescia dentro da grifinória. A pobre garota só não sabia disso ainda.
-Aqui.
Meredith deu a ela a trompa de marfim que a ruiva havia conseguido durante as férias de páscoa do quinto ano. Sempre que você sobrar esta trompa a ajuda virá, assim havia dito o menino dos seus sonhos.
-Jake falou para você tocar essa coisa. Eu tentei sopra-la mas não sai som nenhum. Se você não se importar eu queria usar isso ai para acertar a cabeça do kratos. Ele anda me irritando muito ultimamente.
Audrey não deu atenção a ela. Seus dedos se fecharam mecanicamente em torno da trompa sujando-a de espuma. Ela a encarou e a levou os lábios, quando se fez o som que saiu foi alto e potente. Meredith soltou um grito e tapou os ouvidos.
-Para de soprar essa merda! Sei que o que quer que você esteja precisando deve estar a quilômetros daqui mas toca essa coisa alto assim não vai fazer diferença.
Mas fez, Meredith secou Audrey e colocou a camisola nova nela, ajudou-a a se deitar e quando estava quase saindo Kratos o grande bruxo grego que as vezes parecia ter o QI de uma ameba entrou no quarto.
-O que você vai fazer?
Meredith perguntou, a garota ruiva era responsabilidade dela.
-Ler historinhas
O rapaz ergueu os contos de beedle o bardo. Meredith fez um sinal para que ele continuasse e desceu as escadas. O hospital da família de Jake Delaviega não era um hospital, era um casarão no centro Amsterdã que no andar térreo funcionava como uma livraria café e no andar de cima moravam Jake, Bruce e eventualmente Meredith.

A garota dos olhos dourados não sabia, mas a ajuda da fada entrou na forma dos dois rapazes que acabavam de entrar na loja. Um tinha cabelos castanhos e olhos azuis, e o outro olhos bicolores e cabelos negros.

Por Audrey White.

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