segunda-feira, 9 de abril de 2012
07:29 | 0 Comentários Gradativamente foi abrindo os olhos acinzentados, se espreguiçando demoradamente na grande cama king size do hotel. Era a primeira vez que pensava seriamente em não regressar à escola. Hogwarts, que sempre simbolizou segurança e hospitalidade, agora lhe assemelhava a um redemoinho de problemas. -... Como nem tudo que é bom dura pra sempre, que comece o ano letivo.- Resmungou com um suspiro. Para todos os conhecidos da jovem Evans, aquela era apenas mais uma viagem a Paris. Moda, classe e compras tudo perfeitamente esquematizado para parentes e amigos não estranharem a viagem solitária. A verdade era que a jovem bruxa passara todo o verão pesquisando e procurando pessoas conhecedoras das antigas profecias. Com tudo que começara no seu sexto ano, pela primeira vez a loira resolvera encarar sozinha a predestinação e agir por conta própria para se libertar do mal eminente. Se sentia estranhamente vazia e sozinha. Era difícil, já que não tinha mais com quem dividir sem receios e seu segredo. Estava evitando contar tudo para Dumbledore, mesmo que suspeitasse que o bruxo tinha conhecimento do que se passava com ela, porém como estava tentando resolver tudo sozinha, achou melhor esperar começarem as aulas para tratar desse "assunto delicado" com o Diretor. Tomou uma demorada ducha, e após se arrumar adequadamente com um Valentino azul escuro e saltos Ferragamo caramelo, ela desceu para a recepção do luxuoso hotel parisiense. - Sra. Evans, gostaria de uma mesa para o desjejum? – Perguntou a gerente com praxe. - Sim, e aproveite e encerre minha estadia. Estou voltando para Londres ainda essa tarde. Você já pode embarcar meus pertences, por favor. - Sim,senhora. Providenciarei imediatamente. Estava um pouco desapontada. Primeiro porque não conseguira relaxar o suficiente, na verdade mal visitara seus lugares prediletos na cidade, e com tantas preocupações, nem esperava que o fizesse. E segundo, pela escassez de informações obtidas. Apenas Vera, uma bruxa de quase 120 anos e descendente de antigos sacerdotes Druidas, fora sua melhor aposta. Foram quase duas semanas andando que nem um trasgo tonto e subornando bruxos que ela descobrira o paradeiro da velha, que tinha fama de carrancuda agressiva. Louren se recordava de quando bater a sua porta pela primeira vez, ter sido ameaçada com um caldeirão enfeitiçado por ser julgada caçadora de artefatos. - Eu já não possuo mais nada, vendi tudo! Vá embora da minha propriedade!- A velha gritava pela fresta da janela. -Mas, senhora, por favor...Preciso da sua ajuda! – A porta da frente se abriu com um estrondo. Louren arqueou uma sombracelha, teria a velha decidido ser mais hospitaleira? Como resposta um grande caldeirão de cobre saiu em disparo para o jardim, e se a menina não tivesse desviado um milésimo a tempo, teria-lhe acertado a cabeça. - Confringo! -Conjurou com a varinha para o objeto, explodindo-o a tempo de uma nova investida. – A senhora é louca por acaso? Eu podia ter morrido sua velha maluca! - Gritou indignada.- Se Adharien conseguir o que quer, espero que sua alma seja a primeira a ser recolhida! – Foi quando a bruxa irrompeu na soleira da casa. - Como foi que disse, menina? - Isso mesmo que você ouviu. Agora deve saber que não me trato de uma pistoleira atrás de relíquias mágicas.- Lore bufou cruzando os braços.- Preciso mesmo de sua ajuda. (...) A moça bebericou o chá que lhe fora oferecido, claramente ainda se mantinha desconfiada dos atos violentos e impulsivos da velha. - Como soube onde me procurar? – Vera Himborne agora parecia menos agitava, ela atirava centelhas vermelhas com sua varinha nos tocos de arvora da lareira, que instantaneamente começou a crepitar. Não aparentava 120 anos, apenas uns cinquenta e poucos. Com certeza fazia uso de poções especiais de rejuvenescência. - Eu li alguns livros , conversei com algumas pessoas. Naturalmente seu nome é bastante popular devido sua idade e carreira. Antiga alquimista e auror, certo? A mulher nem se deu o trabalho de confirmar,apenas se sentou de frente para Louren numa cadeira de balanço gasta. Na sala, várias instantes empoeiradas,baús e vidros de conteúdos distintos se destacavam. Pareciam ser estudos e descobertas de anos e a loira não duvidava que realmente aparecia gente de má fé tentando se apoderar dos pertences preciosos de Vera. - Por que tem tanto interesse em Adharien, menina? Aonde você leu sobre ela?- A velha parecia aborrecida demais com o assunto, como quem ralha com uma criança que está mexendo com o que não deve. Louren engoliu em seco, sem saber direito por onde começar. Então contou todos os sonhos e rumores dos centauros. - Temos um grande problema, eu presumo. - Concluiu a bruxa. - Não pode haver uma terceira ascensão...Compreende, garota? - Claro que eu entendo...Mas o que posso fazer? Ela está tentando se manifestar! - A voz da Grifina estava descontrolada. Por Louren Evans |
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