quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
19:31 | 1 Comentários Por mais que seus poderes tivessem sido trancados e por mais que pensasse toda hora morrer, Elise ainda tinha algum orgulho próprio em manter-se viva. Na cabeça da garota fazia sentido, afinal como matar-se sem que pensassem que ela era suicida? Não havia como e o orgulho, sempre o orgulho, de Elise impedia a menina de tomar tal atitude. Não deixaria de jeito nenhum que pensassem que ela era uma fraca. Ela não era. Como se não bastassem essas questões tolas e ainda assim urgentes, a corvinal tinha de tentar evitar toda hora Jhonny Creevel. Desde aquele maldito incidente no dormitório no qual ela comprovara a idiotice das 5 bruxas, até mesmo de Brigitte, que ela tentava evitar o menino. Sabia que de algum modo havia lhe dado informações a mais do que era considerado seguro e agora tinha de arcar com o fato de que mais cedo ou mais tarde ele viria pedir-lhe explicações. Elise odiava isso. Odiava o fato de se sentir como uma adolescente estúpida fugindo de alguém, porque era isso que ela estava fazendo: fugindo. E nesse meio tempo entre fugir de Creevel e considerar suas opções de “suicídio” ela concentrava-se em descobrir o que aquelas malditas palavras naquele papel queriam dizer. Beato havia dito que o pai fizera isso outras vezes. Arranjara de algum modo dar uma pista sobre a próxima a ser achada e fizera isso agora. Isso se encaixava na teoria de que o pai estava sempre próximo delas, especificamente junto à próxima como um guia. Esse era outro ponto que intrigava Elise: quem o pai era? Quem próximo a ela era o disfarce do pai? - Ah, maldição! – esbravejou a menina ao entrar num corredor deserto. - O que houve? – perguntou Beatrice materializando-se na frente da menina. - Onde estão as outras? - Por aí... Acho que estão tentando sentir o pai ou algo assim. - E você? – quis saber Elise arqueando uma sobrancelha. - Eu apostei em você menina. Ainda acho que você vai descobrir o que essas palavras querem dizer. - Hm... Às vezes você parece ser mesmo a mais esperta, Beato. - Quanta modéstia, eim? - Talvez fosse arrogância, se eu não tivesse descoberto... - O que quer dizer?! – perguntou Beatrice claramente surpresa e já sabendo o exatamente o que a outra quis dizer. (...) - Ela descobriu? – disse Laiyl pulando da pedra onde estava. Após Elise contar à Beatrice que havia descoberto sobre o papel, todas as outras sentiram num instante e reuniram-se ali, por via das dúvidas perto da floresta, para que ninguém as visse outra vez. - Ela descobriu. – repetiu Ange, porém não como pergunta. - Lá estão elas! – disse Virginy sorrindo para as duas que desciam uma pequena colina reunindo-se com as outras. - E então? – disse Laiyl mal conseguindo esconder sua animação. - Estamos procurando a sétima, certo? As palavras nesse papel não fazem o menor sentido, a menos que seja como pensamos inicialmente: as iniciais. - Acontece que vimos as iniciais e não achamos ninguém que não fosse inglesa. - Hm – riu Elise – Se repararem bem todas as palavras tem mais de 7 letras. Façam a conexão... Não é a primeira letra de cada palavra, mas sim a 7 letra de cada palavra, o que nos dá as iniciais que nos leva à sétima. - Então as iniciais são... – começou Beatrice – J.S.B.S.G. - Exatamente... E forçando mais um pouco, se contarmos as outras palavras: “sem”, “e” e “a” temos, de modo meio forçado, duas classes de palavras diferentes, se somarmos essas duas com as 5 iniciais temos o número 7 de novo. Mas isso já é meio forçação de barra. - Então temos J.S.B.S.G... Alguma idéia? Verificamos os livros novamente... - Não é preciso – Elise disse cortando Virginy. – Eu já sei quem é. - Sabe? – perguntou Ange desconfiada. - De certo modo, sim... Apenas a segunda letra não se encaixa, mas de resto faz todo e completo sentido... - Mas se a segunda não encaixa... - Pode ser que encaixa, basta perguntar a ela qual seu nome inteiro... - A ela quem? – perguntou Beatrice. - Vocês vão ver... – disse Elise voltando a andar em direção ao castelo enquanto as 5 desapareciam atrás de si. (...) - Qual se nome do meio? – perguntou Elise à menina à sua frente. - Bem... Você quer dizer... - Entre o primeiro e o terceiro. – explicou a corvinal segurando-se para não revirar os olhos. - Bem, era para ser Shia... Vê, a melhor amiga de minha mãe chamava-se Shia e ela queria que eu carregasse esse nome, mas meu pai foi contra... Ele não gostava muito dessa amiga de mamãe, ou gostava demais... – respondeu a outra sorrindo - J.S.B.S.G... – sussurrou Beatrice - Viu? Eu lhe disse... – Elise falou sorrindo de lado. - Como você sabia?! Quer dizer... - Na época que o “pai” previu quem seria a sétima o nome do meio ainda estaria presente, ele foi tirado de última hora. - A sétima na nossa frente e nós iguais umas idiotas! Em pensar que estava em minha cara o tempo todo. – dizia Beatrice para si mesma. - Como assim Marie? – perguntou Judy praticamente não entendendo nada. Ela soubera de apenas parte da história, a parte na qual havia 7 bruxas e o pai... Ela perdera. Isso, é claro, não importava tanto agora já que Judy via a sua frente Elise e Beatrice e outras 4 mulheres que exclamavam como aquilo era óbvio. Fez então a única pergunta que lhe veio à mente: Como assim? Elise passou cerca de 7 minutos, desconsiderando a ironia, para explicar a outra sobre o que tudo se tratava. Em qualquer outro caso talvez a corvinal se aborrecesse com isso e deixasse a encargo de outra, mas para sua sorte Judy era esperta e entendia tudo relativamente rápido, uma das poucas coisas que Elise vira na menina. - Huhm. – disse Judy ao final da explicação – Você quer dizer que eu sou a sétima bruxa criada pelo “pai” e que tenho direito a poderes... Diferentes? - Resumindo tudo, pode-se dizer isso. – respondeu a outra. - Hm... – pensou Judy por alguns segundos – Não obrigada. – disse por fim causando nas 6 mulheres a expressão de surpresa. - Não obrigada?! – disse Ange com um resquício de raiva. - NÃO OBRIGADA?! – disse Beatrice umas duas oitavas mais altas, acompanhada por um perfeito coro com Laiyl. Até Brigitte alterara sua face enquanto Virginy encarava a outra mais chocada do que surpresa. - Ha... – riu Elise – minha vez, como assim? - Estou... Como dizer? Renegando? Não, reclinando meu direito de receber tais poderes. - Ela ta brincando né?! – disse Beatrice diminuindo o tom de voz aos poucos. - Não ela não está. – disse Brigitte semicerrando os olhos, e ao contrário de Beato, 2 oitavas abaixo do normal. - Como você pode renegar isso?! Isso não é possível! Está me dizendo que não quer ter mais poderes do que a maioria das pessoas, incluindo os próprios bruxos? Que não quer viver para sempre?! - Não eu não quero – respondeu Judith com a mesma calma. – Vejam, eu tenho toda uma vida planejada e não pretendo abrir mão dela. Por isso eu reclino. Mas se eu não tivesse esse “plano”, confesso que não seria má idéia. – finalizou sorrindo o que certamente aumentou ainda mais a surpresa ou ira de algumas. Virginy que espantosamente ainda não havia se pronunciado tomou a palavra: - Não é algo sobre o qual você tenha poder de escolha, você sabe. Você nasceu sendo diferente, para ser diferente e para o resto de sua vida será diferente. O que você pode fazer é aceitar essa diferença e usufruir dela plenamente ou sofrer sendo obrigada a fazer algo que não quer, porque encare o fato de que receberá aquilo pelo qual foi designada. Nunca que a pacífica e feliz Virginy estivera daquele jeito. A única que já a vira assim fora Beatrice em ocasiões muito peculiares e não se lembrava de que seu olhar pudesse ser tão assustador. A própria Judith até então calma e controlada tremera com os olhos e palavras da outra. A atmosfera que pairava no ar era pesada e silenciosa. Nenhuma ousava pronunciar uma palavra sequer, a não ser Elise... - Bom, que seja. – disse estalando os dedos e fazendo aparecer um par de correntes que prendeu a menina a uma árvore. - O que? – disse Judy enquanto protestava estar sendo acorrentada. Se a atitude de Judy as impressionara, o que Elise fizera a pouco não passara despercebido. - O que você fez? – perguntou Beatrice encarando a menina. - Vai mesmo querer discutir agora como ou porque eu fiz isso? Acha o que, que eu sou uma estúpida e que o selo de vocês foi o suficiente? - Ela tem razão. – disse Virginy recuperando sua aura normal – Nosso selo não foi o suficiente, era esperado que esse tipo de coisa acontecesse, estava nos escritos. É uma manifestação minoritária do poder, mesmo trancado. De qualquer modo, vamos continuar com o que tempo de fazer, sim? – e dirigiu-se a menina presa a arvore. – Prometo que não vai doer nada. – e fechando os olhos as 7 sumiram dali. Por Marie Elise |
COMENTÁRIOS SOBRE ESSA POSTAGEM:
Judy, sempre passou tão despercebida, quem diria...
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Postado por Johnny Creevel em
15 de fevereiro de 2012 às 19:39
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