Travessa do Tranco ~ In Memoriam
DEATH.
domingo, 19 de fevereiro de 2012 18:01 | 5 Comentários

Era para ser como acontecia. Todos os medos e incertezas que habitavam algum lugar inóspito na mente da menina vinham à tona aos poucos. A face dela era sempre tão calma e impaciente, como se todos a sua volta fossem crianças estúpidas. Era como ela os encarava, superior. Pela sua língua afiada ela provavelmente deveria ter ido para a sonserina, tal qual sua tia com que se parecia tanto. Ao invés disso fora para a corvinal... Claro, ela era bem inteligente e de modo algum renegava sua casa, mas já havia ouvido muito que deveria estar na casa das cobras. Uma cobra era o que ela era. Uma cobra ardil e venenosa que menosprezava e desejava a morte de todos. Seus olhos sempre tão verdes e misteriosos ardiam em lágrimas que teimavam em sair contra a sua vontade. Toda sua fraqueza podia ser vista por todos. Ela estava prestes a morrer e tudo o que conseguia pensar era em manter a imagem de sempre.

Mas pouco importava... Todos os acontecimentos... Em algum momento algo dera errado, algo desencadeara tudo aquilo. Desde que recebera aquela maldita carta fora de hora, desde aquele momento tudo convergira e conspirara para que nesse exato momento Elise estivesse à beira da morte.

Querendo ou não aquilo já fora previsto. Logo após sair do hospital, pouco antes do novo ano, Elise encontrou-se com o grupo de bruxas criadas pelo pai. Nesse dia ela recebeu os poderes aos quais tinha direito. Esse dia foi o início de seu fim.

Assim que a implantação terminara as 5 bruxas ali presentes temeram pela primeira vez. Em outras palavras, Marie saiu do controle. A menina tornou-se psicótica e alterada, destruindo tudo o que encontrava, inclusive tentando matar as outras 5.

Depois desse incidente Marie foi proibida de usar seus poderes, tendo-os trancados até dado momento. Até que morresse. O que acontecia agora.
- Sinto muito criança...
- Não faça isso... Não faça isso Beato...
- Stake 1... – disse Beatrice convocando uma das 7 stakes.
Elise estava parada na entrada do salão principal, na direção da entrada (ou saída) do castelo. O sol se punha e as cigarras choravam. O vento não era tão gelado como o esperado daquela época do ano. Alguns alunos estavam parcialmente escondidos observando a corvinal falar aparentemente sozinha. Algumas poucas pessoas sabiam quem era sua interlocutora.
- NÃAAAO!!! – gritou Elise – Siesta 110! – ao dizer isso uma menina, parecida com a stake, mas de roupas brancas e estranhamente com orelhas de coelho, apareceu pondo-se entre Elise e sua provável assassina.
- Como conseguiu fazer isso?! – disse Ange.
- Siesta 45! – disse Elise fazendo com que outra menina de branco aparecesse. Eram duas contra 1 agora. – Você não pode me matar Beato... Não pode... Por favor... – uma lágrima apareceu no canto do olho da menina. Era a primeira vez que se via Marie chorar.
- Criança, não vou matá-la... Vou libertar você. – disse Beatrice – Stake 2 e 3.
Depois disso não durou muito. Alguns minutos foram necessários para que Elise finalmente caísse, resignada. Após as palavras de Beatrice ela já havia desistido, ainda assim as duas Siestas a protegeram.
- E agora? – perguntou Elise. Ela já não usava mais o uniforme do colégio, mas assim como as outras 5 bruxas, trajava um lindo vestido. O de Marie era roxo e preto, comprido, com alguns laços. Não que importasse...
- Você pergunta muito isso, não? – disse Beatrice sorrindo.
- Agora... – começou Virginy – Você é uma bruxa completa. Entretanto, por ter acabado de transformar-se, encontra-se na classe 1, a classe normal. A classe que não pode sair de onde morreu até que vença o jogo pelo menos uma vez.
- Que dizer que eu vou ficar presa nesse castelo?!
- Até que vença. – disse Ange.
- Vencer o que?
- Um jogo. Seu jogo. Prove a eles que você existe. – disse Beatrice desaparecendo aos poucos deixando Elise sozinha. Haviam ido embora.
Elise olhou para si. Ela agora estava completa. Só o que tinha de fazer era vencer uma única vez e então voltar para onde se sentira mais a vontade em toda sua vida... Para junto de Beatrice e das outras.

Provar que ela existia. Esse era seu jogo.
Os mais curiosos alunos estavam parados. Tudo que eles viam era o corpo de Elise sem vida no chão.

And I'm alone now
Me and all I stood for
We're wandering now
All in parts in pieces, swim lonely
Find your own way out

Don’t You Ever Live Me

 ...

- Você está bem? – perguntou o menino dando a volta da grande cama de dossel e entregando à Judy um copo d’água com açúcar que ela bebeu com gosto. Tantas perguntas passavam em sua cabeça, porém ela não conseguia verbalizar nenhuma delas.
Percebendo a confusão nos olhos da menina, Joey sentou a seu lado e pôs-se a falar.
- Provavelmente eu sou a última pessoa que você pensaria em ver em seu quarto... Peço desculpas por ter entrado nele, mas sua mãe disse que não havia problema. Mackenzie pediu-me muito para ser ela a entrar, mas não acho que ela conseguiria contar-lhe o que tenho para lhe dizer...
- Bom – continuou – Acho que posso imaginar com o que você sonhou o que faz o meu trabalho 10 vezes mais difícil. Sabe, todos sempre soubemos o que você sentia pelo Rudolph. O que eu mais admirava era o fato de ser recíproco. Depois daquela história toda com a Elise, passamos a conversar bastante eu e ele e eu achava um máximo o que existia entre vocês.
"Depois que a Elise morreu – disse quase que rindo de suas próprias palavras – Depois disso tudo ficou mais leve. Eu não devia estar dizendo isso, mas depois que ela se foi tudo pareceu voltar a seu lugar, como se há muito ela não pertencesse mais a nós, a esse lugar. Sei que tentar convencer você disso vai ser extremamente difícil, mas temos que aceitar que é assim... Infelizmente.

“Ambos perdemos aqueles a quem mais amávamos. Demorou um tempo para que eu conseguisse assimilar tudo isso, mas estou aqui para o que você precisar. Sempre estarei. Sempre.”

Em seu intimo Judy sabia exatamente do que ele falara. O tempo verbal, a tristeza... Ambos. Em meio a tristeza que crescia dentro dela a ponto de querer transbordar, a menina só conseguiu pronunciar uma frase, tão baixa, mas alta o suficiente para que ele escutasse:

- Nunca me deixe.

Por Elise

COMENTÁRIOS SOBRE ESSA POSTAGEM:


Oi, adorei a fic *-* Olha só, gostaria de saber se a vagas para entrar no blog. Já escrevi em outros, muito antigos, como o Magica Hogwarts, alguns devem lembrar... Mas gostaria de entrar para a equipe de vocês, caso não dê, tudo bem. Mas adoraria ser uma de vocês (: Se não tive uma vaga como principal, pode ser como secundária HAHAHA gostaria muito. 1beijo e continuem escrevendo s2
 
É, e esse é o fim da nossa querida Marie Elize, rsrsrs

será mesmo?

só a Ana para nos dizer não é mesmo...!
 
Johnny e seus comentarios sagazes de sessao da tarde...
Otima fic Ana! Ou Connelly, ou Marie....
Realmetne emocionante
 
¬¬'
 
Que legal que vocês voltaram, muito boa a fic! Por que tinham parado tanto tempo?

ps: vou atualizar o link de vocês no blog.
 

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