sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
05:25 | 1 Comentários A mesma sala. O mesmo ambiente. Tudo estava igual, apenas duas coisas deferiam agora: haviam sete mulheres na sala e conseqüentemente 7 xícaras na mesa. Elise observava as 5 mulheres fazerem com Judy o mesmo que fizeram com ela. Por ter tido seus poderes trancados não podia participar da cerimônia, ou o que quer que aquilo fosse, de transformação. Entretanto alguma coisa saía errada, não estava funcionando. Pelo que Elise lembrava e pelo que haviam contado a ela, não demorara mais do que 6 minutos, se muito para que tudo estivesse completo... Então porque com Judy demorava tanto? Apesar da pergunta rondando em sua mente assim como tantas outras, como o que fazer dali pra frente, ela achara melhor não falar nada. Talvez fosse a resistência de Judy que estivesse atrasando a transformação, ou qualquer outra coisa, até que finalmente 15 minutos depois, o que parecera uma eternidade, Judith estava no chão tal qual Elise ficara e o quadro, até então negro, revelou permanentemente a pintura que continha: as 7 bruxas juntas. - Quanto tempo vai demorar? – perguntou Elise servindo-se de um gole de chá. - Nesse caso específico é difícil saber – respondeu Virginy sentando-se na poltrona a frente da menina. Beatrice sentou-se ao lado de Elise e suspirou deixando os ombros caírem. - Sabe – começou – seria muito mais fácil se você estivesse lá conosco, sabe menina? - Por isso que demorou? Porque eu não estava lá? – disse Elise mais como afirmação do que como pergunta e com uma ponta de ironia nas palavras. - Sim, foi por isso. O ritual da próxima sempre foi feito com a presença de todas as anteriores, mas não havia a menor condição de liberarmos seus poderes para que nos ajudasse. Não correríamos o risco. – disse Virginy. - De um jeito ou de outro, quando tiver meus poderes de volta estarão inevitavelmente pondo sua conta em risco... – rebateu Elise com mais ironia ainda e como se aquilo fosse a constatação mais óbvia do mundo. - Hm... Você que pensa... Quando liberarmos seus poderes estaremos longe, mas muito longe de você, meu bem. – disse Beatrice com o mesmo sorriso irônico. (...) Ela se sentia mal. Sentia-se invadida, como se todos pudessem ver através dela. Ela não queria aquilo e mesmo assim fora feito contra sua vontade. Judith não quisera retornar para Hogwarts. Preferiu voltar para a casa de sua família na Espanha onde descansava agora. Olhava deitada em sua cama aquele que ela chamava de quarto. Tudo estava no exato lugar em que sempre estivera e de algum modo tudo parecia descolado, errado, fora de lugar.Judy fechou os olhos e sacudiu a cabeça com força. Estava abraçada a seus joelhos com toda a força que tinha, como se dali a instantes alguém fosse arrancá-la de lá. Permaneceu com os olhos cerrados por uns bons minutos até que finalmente rendeu-se ao sono. Fora pior sonho que já tivera. Poder-se-ia dizer que havia sido um pesadelo, mas não para a agora frágil menina. Fora um sonho. Começara como um lindo sonho. Encontrava-se como uma observadora em Hogwarts, lugar tão familiar para ela. Não podia ver seu próprio rosto, mas tinha certeza de que estava sorrindo. Passando pelos corredores gelados, sentiu frio e apressou-se para o salão comunal de sua casa. Conforme via as pessoas passando por ela sem enxergá-la começava a ficar confusa. Todos tinham em seus semblantes feições preocupadas e assustadas, curiosas. Foi então apressando o passo o mais rápido que podia até então chegar à seu destino. Apesar de não precisar foi abrindo caminho no meio dos estudantes até cambalear e o cabelo cair em seu rosto. Para evitar a queda segurou-se na pessoa a seu lado. Olhando de perto seu uniforme percebera que ele não pertencia àquela casa e sim à dos Leões. Foi subindo os olhos até poder enxergar seu rosto que como todos os outros estava preocupado e algo a mais. Tinha algo a mais ali. Mas ela não tinha tempo de procurar saber o que ele estava sentindo, aparentemente ele não podia senti-la. Claro que não podia. Desviou então o olhar na direção em que todos olhavam. Seus olhos começaram a ficar embaçados por causa das lágrimas involuntárias e fazendo toda a força que podia para focar a imagem, Judy viu por entre os fios de cabelo caídos no rosto aquele que ela tanto amava. Rudolph jazia morto no meio do salão comunal. Sentiu sua boca se abrir e suas cordas vocais fazerem a maior força para emitir qualquer tipo de som que conseguisse. Queria gritar, queria desesperadamente gritar, contentava-se com um suspiro, mas tudo que conseguia era o silêncio. O mais absoluto silêncio. Deixou-se cair no chão aos poucos, finalmente atingindo o tapete frio. Sentiu suas lágrimas frias molharem suas mãos que apertavam com força a barra do vestido que trajava. Foi quando sentiu uma mão sobre seu ombro e olhando para o lado viu Marie Elise, com uma roupa que ela nunca vira, ajoelhada, olhando fixamente para ele. - AAAAAAAAHHHH! – gritou Judith pondo-se sentada na beira da cama encarando o espelho a sua frente. Seus olhos estavam tão vermelhos quanto lembrava e sua face tão molhada quanto. Seus cabelos ainda caiam nos olhos, mas ela ainda podia ver. Podia ver a figura parada atrás de si refletida no espelho. Estranhamente Joey Billard estava ali, em seu quarto. |
COMENTÁRIOS SOBRE ESSA POSTAGEM:
Adorei a fic!
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Postado por Escritores em
17 de fevereiro de 2012 às 22:19
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