Audrey fechou a porta de seu quarto, pesava-lhe um pouco o coração deixar seu pai sozinho com a adorável tia Beatrice, mas o próprio escritor lhe assegurara que estava tudo bem e que ela podia se deitar. A casa infestada de parentes estranhos causava a grifinória um certo desconforto deveras tedioso, e durante o jantar ela quase cochilara em cima do pudim de ameixas.
Um cheiro familiar inundou seu cérebro, ela se sentiu desfalecer momentaneamente, Vlad estava deitado em sua cama, a face perfeita encarando o teto. Antes que Audrey piscasse, já estava aninhada no peitoral marmóreo dele.
-Você é minha namorada, pode ir se acostumando, eu vou estar sempre do seu lado.
Audrey deu uma risadinha abraçou os joelhos, por mais que gostasse de estar ali era inevitável que sentisse frio.
-Papai vai ter um ataque se te vir deitado comigo aqui.
Vlad deu um sorriso torto e correu os dedos pelos cachos cor de carmesim, fechou os olhos e ficou como uma estátua por alguns segundos.
-Ele vai ficar lá embaixo por umas quatro horas, depois que, aquele primo dele, Michael, for embora, ele vai subir e vai direto para o quarto.
-Você pode prever o futuro também?
O vampiro sorriu, memorizando com perfeição cada detalhe do quarto dela, afundou o nariz no cheiro de jasmins e respondeu.
-Posso ver aquilo que já está decidido, é como seu eu visse as coisas através de uma água lamacenta.
Audrey mordeu o lábio superior.
-Pode perguntar, não se preocupe não será indelicado da sua parte.
-Só você pode fazer isso?
Vlad sorriu e enrolou Audrey na coberta com delicadeza.
-Alguns de nossos talentos nascem em qualquer um que seja como...Eu, Anna, ou Elizabeth. São habilidades que se trabalhadas e lapidadas vão melhorando. Elizabeth é bem melhor em prever o futuro que eu.
A ruiva segurou na camisa dele, como que, para se manter acordada.
-Eu acho melhor você ir dormir agora.
O sonserino deitou os braços dela ao longo de seu próprio corpo. Os dedos elegantes percorrendo os traçados delicados das veias ao longo da pele quebradiça. Uma melodia calma e irregular formou-se no fundo de sua garganta, regida pelo ritmo compassado das profundas respirações da moça. Então ela dormiu, os galhos do salgueiro ao lado da janela dela arranhavam delicadamente o vidro, impulsionados pelo vento, e no meio das lamúrias que os galhos faziam, o vampiro ouviu seu nome ser sussurrado. Lentamente ele deslizou para fora da cama, abriu a porta e deslizou escada abaixo, aquela hora Chrstian já sonhava a sono solto em sua cama no segundo andar. Uma belíssima figura estava sentada no sofá, o vestido branco denunciava suas curvas perfeitas e os longos cabelos dourados estavam graciosamente ajeitados atrás das orelhas.
-Sente-se aqui ao meu lado Vlad.
Ela falou com um sorriso. O vampiro ocupou o segundo lugar vago do sofá, Alice abraçou os joelhos, os olhos negros encaravam o chão.
-Nós temos muito o que conversar Vlad.
Ele arqueou uma sobrancelha, se ela tivesse ido ali com intenções hostis para com Audrey o Christian, as barreiras de Victoire já a teriam repelido.
-A começar pela garota humana meu querido.