quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
08:45 | 0 Comentários Os terrenos da escola pareciam estar cobertos por um manto branco em toda sua extensão. A neve imaculada cobria os galhos das árvores mais altos e acumulava-se nas janelas do castelo. Era extremamente claro que estavam no auge do inverno e consequentemente, no Natal. A atmosfera no interior do castelo era festiva e animada. Pelo menos para os alunos que permaneceram na escola. Ela andava concentrada no livro nas mãos.Uma história fabulosa sobre uma feiticeira andarilha que fora criada para servi ao mal,mas durante a vida conhecera pessoas e fascinantes história,e começou a mudar o pensamento.Fora banida da família por tais atitudes,e agora encontrava-se no leito de morte. Louren lia com ansiedade a parte em que um jovem camponês que ela havia ajudado a algum tempo a encontra a beira da morte,e com todos os esforços tentando ajudá-la. "-Isaac?-" Era o trecho em que a feitiçeira reconhecia o rosto do jovem do qual nunca admitiu que já fora apaixonada. A grifinória foi tirada bruscamente de seu mundo fantasioso, quando recebeu uma rajada de vendo cortante enquanto passava pela grande entrada no saguão. Viu ao longe alguém caminhando para fora,e ficou intrigada como uma pessoa conseguiria sair do castelo naquele clima congelante. O rapaz tinha o rosto enterrado no cachecol para evitar que o vento batesse no rosto e as mãos permaneciam dentro do casaco devidamente enluvadas. Ele dirigia-se para o exterior do castelo com a intenção de permanecer sozinho. Era impossível aquilo dentro da escola. Nunca vira um lugar tão cheio quanto Hogwarts no natal. Talvez no ano anterior com o torneio, mas era uma ocasião especial. Agora, nada de importante acontecia. Apenas alunos que não estavam com vontade de ir pra casa lhe tiravam a privacidade por relutar em ir para o frio. Sua pele já era naturalmente fria, portanto não sentia tanto frio assim do lado de fora. Era o lógico a se fazer. Louren pôs a capa de inverno que estava dentro da bolsa e rapidamente seguiu o que parecia ser um menino, queria perguntar por que ele estava indo para o nevoeiro, ou apenas voltar dadas suas circunstâncias sem nenhum valor. Mas aquela cena lhe era estranhamente familiar e ela caminhou em passos largos na neve, para alcança-lo. Ele parou de andar no meio da trilha que seguia para a Orla da Floresta e olhou para cima. Reparou que flocos de neve voltaram a cair e agora o tempo ficara ainda mais frio.Resmungou algumas palavras e voltou a caminhar mais para aquecer-se do que para qualquer coisa. Caminhava sem pressa alguma. Ouviu passos abafados na neve e virou-se para fitar o vulto. Estava tão agasalhado que era difícil reconhecê-lo por baixo de toda aquela roupa. Franziu as sobrancelhas. Será que nem na imensidão branca e fria tinha paz? - Eu devia ter imaginado - Ela sussurrou e soube que ele estava ouvindo.- Só você Norris poderia estar fazendo uma coisa dessas a pleno dia.- Ela curvou os lábios para cima, mas não demonstrava nenhum sorriso de fato.Desceu mais um pouco a trilha,deixando com as botas marcas na neve.E se pôs de frente para o sonserino.De repente todo o ar frio que tinha na atmosfera se dissolveu com a presença dele. -Pensei que estivesse com sua família- Ele retrucou por fim sabendo que só Evans o chamava pelo primeiro nome daquela forma. - Eu também pensei o mesmo - Respondeu a loura sem emoção. Era tão estranho aquilo. - Eles viajaram. - E ultrapassou a trilha a frente dele olhando para as montanhas cobertas de neve na colina do lago. Ele tirou o cachecol da frente do rosto, ele estava abafando sua voz. Olhou o vulto da menina que agora estava mais adiantado que ele e revirou os olhos. - Então... Feliz Natal. - Foi tudo o que disse antes de dar um meio sorriso, deixando os cabelos pretos esconderem parte do rosto. E rapidamente acrescentou. - Você vai congelar, Evans. Ela ignorou a última parte e disse ainda sem olhá-lo. - É Norris..."Feliz" natal.- Lore então esperou para ver se ele continuava seu caminho.- Para aonde estava indo?-Perguntou curiosa. - Para fora de seu caminho ou de qualquer outra alma viva que resista ao frio. E você? - Ele exibia um meio sorriso. Era óbvio que estava gostando da compainha. Não que tivesse muita escolha entre gostar ou não. Não poderia conter-se. -Estava pensando no mesmo, sabe?-Ela riu ironicamente colocando o livro na mochila. Não pode deixar de acompanhar o meio sorriso dele, era o seu favorito. Então sem muito tempo para ficar pensando naquilo ela foi ate ele e o puxou consigo descendo ainda mais a trilha. –Venha, me leve a algum lugar interessante. Aquela escola esta uma droga. -E o olhou esperançosa. Ele ergueu uma sobrancelha descendo a trilha com ela. - Não espera realmente que eu a leve para a floresta proibida, espera? - Retrucou ele observando onde a trilha ia dar com clareza. Com a mão livre, tirou alguns dos flocos de neve do cabelo dela e deu de ombros, pensando rapidamente. - Vou te mostrar uma coisa. Ele deu meia volta, subindo a trilha até certo ponto e tomou uma outra. - Ah, eu queria uma aventura perigosa sabe?-E riu consigo mesma. Já havia algum tempo que a adrenalina não corria em suas veias. Norris podia não ter notado, mas o simples fato de encostar nela a fez ter ondas elétricas por todo corpo.-Mas já que insiste Sr. Kimball !-E o seguiu notando que o garoto tinha deixado o cabelo crescer. - Então porque não esta com seus parentes?-A loura tentou usar um tom casual enquanto aquecia as mãos no bolso do sobretudo. Ele seguiu a tal trilha em silêncio, seus planos de ficar só até morrer de hipotermia tinham ido por água abaixo e agora ele tinha de mostrar algo que pudesse ser interessante a Srtª Evans. Pensava rápido, qualquer coisa valeria a pena desde que pudesse certificar-se de que ela permanecesse longe daquela floresta. O dia que seguindo a lógica deveria ficar mais quente, estava cada vez mais frio por um motivo inexplicável. Ele logo viu a árvore solitária que buscava. Ela ficava a algumas dezenas de metros do salgueiro. Ele deu um meio sorriso, ignorara a pergunta por muitos metros. Parou de caminhar fitando-a. - Bem... Eles darão um belo jantar de Natal. À qual eu não fui convidado. Para eles isso é um castigo humilhante, quero dizer, não ser convidado para uma festa de familia? - Não explicou o porquê do castigo, mas deu de ombros virando-se para fitar a árvore. -Ok. -A menina assentiu como se aquilo não importasse, mas importava. Norris devia ter feito algo realmente grave para a família te-lo punido.Agora que já não estavam juntos,quais motivos ele tinha para se meter em encrenca?Ela não pode deixar de ser perguntar. Mas a expressão dele toda hora olhando para a orla da floresta proibida a tirou desse foco.-Porque não quer que eu ande por lá?-Apontou as grandes árvores ao longe que faziam uma camada protetora da neve fina que agora caia sobre suas vestimentas. Indicou a árvore com a cabeça e voltou a andar em direção a ela. Quando estavam a apenas poucos metros de distância, ele parou de andar. - Bom... Essa é uma das poucas espécies de Neuclineas Bélicas que ainda existem. A árvore tinha cerca de 1,50 de altura e lembrava vagamente o salgueiro lutador. As folhas eram cinzentas e as flores inteiramente negras. - Creio que não vai querer chegar perto. - Acrescentou com um meio sorriso. - Mas, assim que eu lembrar como não deixar ela virar uma planta psicopata, tenho algo para mostrar no tronco dela. - Uau.- A menina soltou apenas indo para perto dele.Algo foi ativado na sua memória,mas ela não se deu conta disso. - Odeio herbologia. - Resmungou tentando lembrar-se. "A neuclinea bélica é uma das plantas que crescem mais rápido na natureza. Por não resistirem a luz solar forte, nascem no começo do inverno e ao final do mesmo, toda sua parte exterior morre deixando apenas a raiz em uma espécie de hibernação". - Ah, sim. Lumus maxima. - A luz que saiu da ponta da varinha do rapaz os cegou por um instante enquanto os olhos acostumavam-se com a luz exagerada. - Interessante. - Ela analizou a bela árvore. Mas seus olhos se demoraram nas flores. Ela ficou em choque por um momento e depois tudo pareceu fazer sentido. Tudo... - Norris, é a flor!A flor do meu sonho!- Ela esganiçou eufórica, sacudindo ele pelos ombros. A menina entendia o porquê de se lembrar de estar indo para lá. Ela já estivera lá em seu subconsciente. Louren parecia aos olhos de Norris maravilhada e amedrontada ao mesmo tempo. - A flor do seu sonho? - Perguntou em voz alta antes de lembrar-se do tal sonho dela. Involuntariamente lembrou da ocasião em que ela lhe contara sobre a flor e revirou os olhos para si mesmo. "Não seja burro, Kimball" Pensou antes de aproximar-se com a varinha acesa. - Bem, ela deveria estar soltando espinhos brancos venenosos. Se não está, acho que pode tocar na planta. Um pouco rápido. Não consigo me lembrar se a flor é venenosa, Evans. - Eu não quero. -Se apressou em responder. Porque toda vez que lembrava daquele sonho sentia uma péssima sensação.Não so daquele mas de outros.-Não foi o único Norris.Ando tendo sonhos estranho a um bom tempo.E não me trazem bons sentimentos.Vamos,não quero olhar isso mais.É como se fosse um agouro.-Louren explicou se afastando dali. Ele assentiu afastando-se com ela. - Desculpe. Não sabia. - Foi tudo que o rapaz disse voltando a caminhar pela neve após muitos minutos me silêncio. - Não se preocupe. Acho que eu ja não sou a menina "normal" que confundia sua vida.- Soltou ela apos algum tempo.- Mas obrigada por ter me distraido. Sabe, talvez tenha algum significado que eu vou descobrir um dia.- Louren se pôs de frente para ele impedindo que andasse. Olhou em seus olhos azuis escuro, e sussurrou.- Sua presença me reconforta. - Os dois permaneceram em silêncio por breves segundos. - Oh,me desculpe por dizer isso.-A grifinória desviou o olhar voltando a andar. Ele permaneceu parado, encarando-a enquanto se afastava. - Porque diz coisas asssim, Evans? Você dificulta as coisas. Ela esperou um tempo para responder, como se o vento abafasse a pergunta, então se voltou para ele - Porque eu tento, mas não consigo suportar a idéia. - Lamentou deixando os olhares se encontrarem.Antes que Norris pudesse responder ou demonstrar qualquer reação ela prosseguiu: - Porque quando estou perto de você,ainda posso fingir que ainda é como antes e confortar a dor de tudo. Mesmo sabendo que você vai embora de novo, e a dor vai voltar. - E se calou. Ele permaneceu calado por alguns instantes, deixando a neve cair sobre ele sem se importar nenhum pouco. Baixou o olhar para o chão por breves segundos antes de sair andando, passar por ela e continuar a trilha para o castelo. - Já tentamos, Evans. Não deu. - Foi tudo que gritou sem virar-se para encara-la enquanto afastava-se em direção ao castelo caminhando rapidamente. Havia escondido o rosto mais uma vez com o cachecol; - Eu sei, Norris. Tá legal? Eu sei!- Ela gritou forte como se o fizesse voltar com isso. Mas ele não voltou. Então ela correu puxando bruscamente o cachecol dele. - Olha, Desculpe ter falado aquelas coisas. Eu sei que não devo, sinto muito mesmo. - Ele nada respondeu- Não precisa ser assim, não é? Vamos voltar e fingir que nada aconteceu... Eu posso, não, eu Vou esquecer o passado. - Louren prometeu. Ele só parou de andar porque seu cachecol fora puxado o sufocando. - Evans, já chega, está bem? Chega de fingir que é possivel. - Resmungou ele. - Vou para Durmstrang e você vai poder fingir que nunca existi. E eu posso fazer o mesmo. - Você não pode fazer isso. Não pode me deixar assim.-A moça pareceu realmente ressentida.-Eu preciso de você aqui.Nem que seja para te ver de longe - Teve dúvidas se estava autorizada a falar coisas assim,mas precisava de um motivo para ele ficar.Ele não podia fingir que não existia. Norris não podia ir embora. Não tinha como suportar a idéia dele partir. O rapaz permaneceu calado por alguns instantes. - Nos vemos pelo castelo. - Foi o que disse por fim mais uma vez voltando a caminhar em direção ao castelo. - Eu odeio você e esse comportamento!-Ela gritou a plenos pulmões indo na direção contrária, de volta para a neve-Acha que tudo se resolve ignorando as pessoas!- Sentou ainda bufando de raiva numa pedra, nem ai para o fato da temperatura ter caído mais um pouco. Ele não olhou para trás, ignorando completamente o grito. Logo não era mais visível. "A hundred days have made me older, since the last time that I saw your pretty face A thousand lies have made me colder and I don't think I can look at this the same But all the miles that separate They disappear now when I'm dreaming of your face " -Pessoal, Feliz Natal!!!! |
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