terça-feira, 30 de dezembro de 2008
13:40 | 0 Comentários - Exatamente, sua tia morreu por um erro nosso. Mas veja... - Não estou pedindo explicações. Continue, por favor – disse Elise. Os olhos estavam sem emoção. Beatrice nunca os vira de outro jeito, não importasse o quanto a menina fingisse para os outros, seus olhos não demonstravam nada, absolutamente nada. Por mais que dissessem que ela Beatrice era uma assassina insensível, até mesmo ela receava os olhos de Elise. - Bem, então eu achei você. A principio eu estava apenas atrás do “pai” e o ritual para o renascimento era necessário para isso pois eu acreditava que ele estava próximo à sua família. Não que isso limitasse o terreno já que ele poderia ser qualquer um próximo a qualquer um de vocês. Veja, o ritual do renascimento... - Não era necessário, não é mesmo? Um mero capricho seu. - É, você pode por desse jeito... Embora não possa negar que eu realmente precisava de um recipiente forte para me restabelecer visto que quando sua tia foi morta um grupo de bruxos, magos ou sei lá o que, resolveu que iriam me prender para que eu não destruísse o mundo... Há! Hilário, não acha? E só o que eu queria era uma menina. Foi realmente uma coincidência já que na época nós não fazíamos idéia de que a Marie Elise morta era sua tia. Se soubéssemos disso teríamos chegado duas vezes mais rápido a você. - E agora? Quando vocês pretendem me dar o ar da graça de vocês e entregar-me aquilo ao que tenho direito? - Você quer os poderes? Não esperava outra coisa mesmo... Não deve ser muito difícil chama-las de volta... - Quando? - Hm... No ano novo talvez? Já que você não liga muito para comemorações... - Há... – disse Elise esboçando um sorriso – Pode ser no ano novo... Alguma chance de ser antes deu ter que voltar para Hogwarts? - Falando em Hogwarts! O que você pretende fazer lá depois que entregarmos seus poderes? Quer dizer, não creio que sua família ligue muito para o fato de terminar os estudos... - Você é burra ou o que? – disse Elise com um sorriso sarcástico – Mesmo sem poderes eu sou melhor do que você para identificar coisas! - Do que você está falando pequena? – perguntou Beatrice interessada. - A 7ª ainda está por aí, não está? - Sim... – respondeu Beatrice – E o que isso tem a ver com Hogwarts? – perguntou após ponderar um pouco. - Ai meu santo, Beato! - Ah! Não está querendo dizer que a 7ª está lá?! Praticamente impossível! Não notou que cada uma nasceu em um país diferente e que provavelmente a maioria dos estudantes de lá nasceu na Inglaterra quando nós já encontramos a nascida lá, você?! - Está desesperada por quê? Sim, ela pode estar lá. Nem todos os estudantes são ingleses, além do que lá existem mais ferramentas para localizá-la do que em qualquer outro lugar, afinal vocês saíram procurando a esmo, sem método e mataram alguém. - Então pretende usar Hogwarts para pesquisas? – perguntou Beatrice entendendo o que a menina queria dizer. - Finalmente! - Não acha muito arriscado fazer isso sozinha? Quer dizer, se descobrirem... - Se descobrirem o que? A maioria das pessoas nem sabe sobre vocês, ou sobre mim ou sobre qualquer outra coisa! São todos idiotas inúteis... Mas mesmo assim, não acha que eu vou fazer isso sozinha? A responsabilidade não é minha... - Vai convocar todas para ajudar você?! É, é capaz de funcionar... Já devem saber que encontrei a 6ª o que deve reanima-las a achar a 7ª e por fim encontrar o “pai”. - Falando em pai... – começou Elise. - O que tem? - Porque achou que ele estaria perto da minha família? - Intuição. Depois que comecei a suspeitar que você era a 6ª ficou relativamente bem óbvio que ele estaria próximo a você especificamente, visto que aparentemente cada uma de nós teve uma relação com o “pai”, seja irmãos como acredita Ange ou amantes como eu. - Amantes? - Ora, você entendeu... Quando o pai entregou-nos nossos poderes ele, como dizer... “Disfarçou-se” de uma pessoa próxima a nós. No caso de Virginy creio que tenha sido o professor, quanto a Brigitte foi um colega de classe, para Laiyl foi um colega de trabalho... Talvez por isso Laiyl viva em cima de Brigitte... Enfim, para Ange foi o irmão mais velho, para mim foi o grande amor da minha vida e para você... Entendeu? - Entendi... Quer dizer que você amou o “pai”. - Fica meio estranho colocar desse modo... Nós só o chamamos assim, ele seria nosso criador... Ora! - Haha... Entendi sim... – disse Elise rindo da reação da outra. – Resta saber como ele veio para mim e para a 7ª. - Sim, veja. Isso de vir como é apenas uma impressão que nós temos. No caso meu, de Virginy, Brigitte e Laiyl é possível ser verdade visto que fomos criadas mais ou menos na mesma época e que ele ainda estava vivo, podendo ter mudado a aparência. Para Ange supomos ser apenas uma impressão dele estar perto como que para nos guiar até ela, assim como você. Para a 7ª é possível, apesar de na mesma época, ser outra pessoa, já que se trata apenas de uma impressão. - Um “guia”. – disse Elise. - Exatamente. - Entendi tudo isso. Não deve ser muito difícil acha-lo... Não tem muitas pessoas próximas a mim e menos ainda do sexo masculino. - Esse é o espírito! - Beato... - O que foi, anjo? - Estou com fome. - Ah sim! Até me esqueci! Contrabandeei comida descente para você! Mesmo que pegasse, visto que é natal não acho que proibiriam você de comer. Aqui está. – disse entregando à Elise um pacote com biscoitos e um copo com café com leite. - Você acha que eu vou matar minha fome só com isso? – perguntou olhando para o que lhe fora entregue. - Prefere um pudim de natal? – disse debochada – Quer que eu vá arranjar comida de verdade do hospital? - Não, não! Está ótimo isso – respondeu rapidamente Elise em frente a idéia de comer aquela comida horrorosa. - Ah, seus amigos escreveram para você desejando feliz natal. – disse Beatrice fazendo menção de entregar um envelope à Elise. - Queime. – disse ela instantaneamente. - Queimar? - Não importa, destrua isso. - Mesmo? Creio que tem uma de seus primos junto... - Não importa, já disse! - Tem certeza? Acho que Owen também contrabandeou algo... Antes que pudesse terminar a frase Elise estendeu a mão pegando as cartas de Beatrice. Procurou a que lhe interessava e jogou as outras no chão. “Querida Marie, Espero que ainda esteja hospitalizada, afinal não seria bom se visse nossos queridos parentes partirem. Não que fosse ligar para isso, mas eu temo pela saúde deles e do que você poderia fazer. De qualquer modo, espero que não tenha se esquecido do pequeno presente que lhe entreguei no início do ano, antes daquele incidente horrível na ilha Priest. Creio que não se esqueceu... Pensei sinceramente em perguntar-lhe por meio dessa carta, mas acho que é algo que deve ser feito pessoalmente, apesar de não fazer idéia de quando nos veremos novamente. Sinto muito de verdade por tudo. Owen Sunders Billard.” - Maldito – disse Elise ao terminar de ler com um meio sorriso. - Não vai ler as outras? – perguntou Beatrice recolhendo os envelopes do chão. - Não, destrua. Não me interessam... - Pois bem... Você que sabe – disse Beatrice e de repente as cartas foram queimadas por borboletas douradas. - Beato... - Hm? – perguntou a outra se sentando novamente. - Feliz Natal. - Feliz Natal Marie. As duas sorriram e o quarto foi tomado pelas mesmas borboletas douradas de antes. No dia seguinte quando a enfermeira entrou para verificar Elise e dar-lhe remédios, encontrou o quarto vazio e uma única borboleta sobre a cama onde a menina deveria estar. |
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