Travessa do Tranco ~ In Memoriam
Who Are You - parte 2
sexta-feira, 3 de outubro de 2008 07:19 | 0 Comentários

Um gigantesco lobo pardo ,duas vezes maior que um urso, grunhiu mostrando as grandes presas. Audrey pegou a varinha e murmurou um estupefaça baixinho. O raio colorido que irrompeu da varinha da garota ricocheteou quando bateu no pelo da fera. A medida que o lobo caminhava, o gelo trincava ainda mais e a grifinória instintivamente foi recuando a espera de que quando seus pés tocassem as margens, o gelo cederia ao peso do lobo que devia estar com o focinho a mais ou menos um metro de distância dela. O rugido gutural vindo dos confins da garganta de seu atacante fez com que Audrey quase se virasse de uma vez para sair correndo até a margem. As rachaduras no gelo já eram bem grandes agora e o lobo que com certeza era maior do que a ruiva, flexionou as patas traseiras para pegar a grifinória mesmo que ela tentasse correr como última estância para poder tentar salvar a vida.

Talvez as coisas funcionassem se ela conseguisse reunir alguma quantidade mínima de ar na garganta seca para pode soprar a trompa. Mas assim que Audrey desceu as mãos tentando tocar no objeto de marfim, o rosnado do lobo começou a ficar mais claro e a moça consegui discernir algumas palavras.

-Então é você a protegida de Ann? Eu esperava que fosse um pouco mais difícil pegar você...

A ruiva então apontou a varinha para o chão e murmurou algo quase intangível, uma rachadura partiu o lago de um ponto a outro, separando Audrey e seu atacante. Agora se ela corresse não causaria muito impacto, sua massa não era muito grande, mas agora, no próximo movimento brusco que o lobo fizesse o gelo com certeza se partiria e pelo menos um dos dois viria a afundar no lago gelado. Mas a fera não parecia se importar com isso, e sem muita cerimônia, saltou para cima de Audrey.
Então, o gelo se partiu bruscamente, mas somente a jovem caiu na água. O lobo por algum motivo havia caído em solo firme. Audrey lutou para não perder os sentidos, já havia passado por coisa parecida. A moça sentiu uma onda de calor anormal percorrer o seu corpo, talvez derivada da mesma fonte que fazia com que ela tivesse o dom de se regenerar. Mão fortes abraçaram a cintura de Audrey e a puxaram para cima, a ruiva se imaginou como sendo um peso morto enquanto estava entorpecida pela sensação de calor que ela própria produzia.
O lobo estava tombado aos pés de uma árvore, e Audrey pode discernir uma silhueta bastante familiar ao lado dele. Vlad bufava de raiva, mas ainda assim com certa graça.
- Some daqui Alice.
Ele rugiu, o lobo começou a uivar baixinho e a se contorcer até assumir a forma de uma loura escultural com cabelos de ouro líquido que chegariam até quase os joelhos.
-Eu só estava brincando com a humana Vlad. Não se chateie por tão pouco.
O cheiro do sonserino que geralmente era tão inebriante agora se assemelhava ao cheiro de metal quando levemente esquentado.
-Some daqui Alice, some daqui agora.

A loura lançou um olhar para Audrey que assistia a tudo completamente atordoada. Vlad fez questão de frizar a palavra agora. Alice novamente assumiu a forma gigantesca de lobo e com um piscar de olhos, desapareceu.
Então ele se virou para Audrey, os olhos azuis claro delatavam que logo ela ganharia uma bela de uma reprimenda. O sonserino se agachou e a envolveu com os braços. As mãos tocaram o rosto de Audrey e ela pode sentir que ele era anormalmente frio, talvez não fosse, talvez ela estivesse delirando de febre contraída pelo fato de que mergulhou em um lago que a 1 minuto atrás estava congelado.
-Quem...Quem é Alice?
Audrey gaguejou. Vlad olhou para ela com um sorriso torto e ela abriu a mão direita que até agora segurava a estatueta de dragão.
-Ela nem ninguém fará mal a você enquanto eu estiver aqui Audrey, eu prometo a você.
A ruiva preparou-se para soltar uma resposta mas algo no sonserino a deixava terrivelmente intimidada.
-Por que faz isso?
Ele procurou em um dos bolsos da capa e tirou de lá um par de pedras azuis.
-Você é diferente.
Audrey deu um sorriso de felicidade e sem muitas delongas colocou as duas pedras nos vazios dos olhos de seu pequeno dragão. Uma onda de uma estranha sensação percorreu o corpo da jovem grifinória.

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