Travessa do Tranco ~ In Memoriam
Nada é o que parece
quinta-feira, 14 de agosto de 2008 15:41 | 0 Comentários

Ela entrou no aposento sorrindo maliciosa, porém extremamente satisfeita. Sua expressão era a mais diferente possível da que exibia segundos atrás. O rapaz que ocupava a poltrona de couro-de-dragão abriu um dos olhos analisando a pessoa que entrara na sala. Permaneceu impassível e tirou os pés da mesa de mogno. Ele estivera cochilando ali. Mesmo que estivesse em seu horário de aula. O rapaz seguia a filosofia "Não é o que você sabe que importa. Mas sim quem você conhece". E essa filosofia estava dando muito certo para ele. Tivera as maiores notas quando prestou N.O.M.'S e não estava dando a mínima para os N.I.E.M.'S. Ele teria reclamado da menina estar ali. Mas ela estava prestando-lhe um ótimo favor e não queria desagradá-la. Ainda não. Seu rosto estava vazio de emoções como sempre, mas não que isso significasse muita coisa. Na realidade, ele estava supreso com a repentina aparição da mesma quando ela só havia saído uma hora antes. Talvez ela fosse mesmo eficiente e já fizera o estrago que deveria.

Ela enrolou uma mecha do cabelo dourado no dedo, encarando o rapaz que antes dormia. Fora extremamente fácil chegar até ali. Perdera a conta de quantas vezes não vira Callister, Leon e outros alunos entrando por aquela passagem da tapeçaria de Merwyin, o malicioso, que na teoria era secreta. Para adivinhar a senha, um par de orelhas extensíveis devidamente roubadas de um calouro e um aluno distraído dos que mais freqüentava o lugar.

- Devo dizer que estou supreso. – Ele comentou sem alterar a voz ou a expressão. Mas em seguida, sorriu abertamente. Era um sorriso falso, mas ninguém notaria isso. – Você desistiu. Ou será que conseguiu o que eu pedi em uma hora?

- Duvidou de mim, Werkheiser? – Comentou erguendo uma sobrancelha. – Talvez porque não conheça pessoas competentes na minha casa? Que bom. Eu também não conheço ninguém que preste na Lufa-lufa. Fiz a minha parte, faça a sua.

- Tudo bem, Woodcroft. – Leon se levantou quando ouviu a tapeçaria ser afastada mais uma vez e a porta ser aberta em seguida. Callister entrou e não pareceu supresa com a presença de Aileen ali. – Conversaremos depois.

Mckenzie sorriu para a menina enquanto a mesma saia da sala. A sonserina caminhou até a mesa de mogno e sentou-se em cima dela, esperando a primeira pergunta do outro.

- Como ela foi?

- Bem. Mas eu teria feito melhor.

Ele crispou os lábios. Raramente ocultava o que estava pensando na frente de Callister. Pode-se dizer que ele esquecia de fazer isso.

- Poupe-me de suas reclamações novamente, Calli. - Leon se apoiou na parede e cruzou os braços com uma expressão pensativa. – Evans. O que aconteceu depois que a Evans chegou?

- Achei que ela iria ter um ataque. Ele se assustou. Deve passar os próximos dias no salão comunal da Sonserina.

- Não quero saber como ele reagiu, Callister. Quero saber como ela reagiu. Estou pouco me importando para o que aconteceu. Quero saber o que a Evans fez. Prometi algo importante para Woodcroft nos ajudar e não vou abrir mão disso para que não tenha acontecido o que queremos.

- A grifinória terminou com ele. – Retrucou a sonserina fazendo pouco caso.

- Ótimo. – O Corvino ergueu os olhos. – Geofrey vai ficar imensamente satisfeito. Acho que é só isso, Callister. Obrigado por ajudar.

A garota levantou-se encarando Leon desafiadoramente. Queria que ele dissesse mais alguma coisa. Pena que ele não estava pronto para abrir mão de seu único segredo que ainda não contara a ela.

- E assicurarse di continuare a monitorare Potter. ¹ – Callister assentiu levemente e saiu da sala deixando o setimanista sozinho. Ele sorriu para si mesmo e saiu em seguida. Tinha de despachar uma carta.



N/A: ¹: E assegure-se de continuar a monitorar Potter.

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