Travessa do Tranco ~ In Memoriam
Is time for choices
segunda-feira, 26 de maio de 2008 18:31 | 0 Comentários

A morena mais uma vez ergueu os olhos do livro que fingia ler e fitou o sonserino a algumas mesas de distância. Leon estava certo. Kimball estava dando trabalho demais. Porém, parecia que estava fazendo sua parte. O sonserino estava estudando, como sempre fazia em todo seu tempo livre, mas ele estava ainda mais pálido que o normal e tinha olheiras que se destacavam em sua pele. Ela levantou e caminhou até a mesa dele, que estava coberta de livros e se acomodou na cadeira em frente a dele.
- Callister. - Ele a cumprimentou sem erguer os olhos, num tom distante.
- Norris. Espero que esteja pensando no assunto.
Ele soltou o livro e a encarou.
- Do que está falando? - perguntou ele sem entender. Ela sorriu de maneira estranha e seus olhos brilharam ligeiramente.
- Tem dormido bem, Norris?
- Na verdade não, mas o que...- Ele se interrompeu e fitou Callister demoradamente. A pouca cor que ainda havia em seu rosto sumiu.- Isso explica muita coisa.
Callister se levantou rapidamente e sorriu ainda mais abertamente.
- Pense no assunto com carinho, querido. - Disse ela saindo da biblioteca. Norris recolheu seu material e fechou os livros que havia usado largando-os por ali, em seguida, deixou a biblioteca.
"Será que não podem me esquecer e me deixar em paz?" Perguntou ele para si mesmo já sabendo da resposta.
  ...  

Ele sentou de brusco na cama, jogando as cobertas para o lado. Mais uma noite mal dormida para sua imensa lista. Era interessante. Todas as noites começavam da mesma forma. Um sono tranquilo e desejado surgia e graças ao cansaço acumulado, sua visão obscurecia. Logo ele dormia profundamente. Pelo menos, até sua cabeça ser invadida por coisas confusas e uma sensação inquietante aparecer, aquela sensação que ele conhecia tão bem. A de estar sendo vigiado.
 O moreno levantou e bocejou sem pressa, sabia que não conseguiria voltar a dormir. Todas as noites estavam sendo assim. Procurou o relógio no bolso da capa que usara mais cedo e viu as horas, era cedo demais, ninguém estaria acordado às duas da manhã. Abriu o malão e tirou um robe, vestindo-o por cima do pijama. Tinha cinco horas até que pudesse fingir que acordara numa hora normal. Norris desceu para o Salão comunal e não se surpreendeu ao não encontrar ninguém além de um gato, como previra, todos estavam dormindo. Saiu para o castelo e caminhou durante o que lhe pareceram 30 minutos.
 Quando passou em frente a uma sala, ouviu vozes, como bom sonserino que era, parou para escutar com um meio sorriso. Se as pessoas estavam se comunicando as altas horas, queriam privacidade, mas não a teriam.
- Eu acho que ele não vai mudar de ideia. - Retrucou uma voz masculina. O sonserino apurou os ouvidos. - Estou falando sério. Ele não parece ser o tipo que precisamos. Ou que ele quer.
- Faça o que mando Leon. Então, arrumarei um lugar seguro para você quando tudo realmente começar. - Respondeu uma outra voz masculina, com um tom autoritário.
- Mas o senhor tem de entender. Callister é a melhor e estamos fazendo-a desperdiçar seu talento! Com alguém que nem parece querer o que temos a oferecer!- Disse Leon exasperado.
Norris ouviu passos e rapidamente olhou ao redor, avaliando o lugar rapidamente para se esconder. Estava em frente à sala da Umbridge, o que o levava a crer que o homem que falava dele estava na lareira. Ele pulou para trás de uma armadura em um canto escuro. Viu o vulto aproximar-se e silenciosamente pediu para não ser visto. Tinha uma vaga idéia de quem era o dono da voz. O vulto estava cada vez mais perto e caso ele olhasse para o lado veria o sonserino, que por sua vez temia isso.
- Quieto. Escuto passos. - Murmurou a voz autoritária. A porta se abriu revelando uma garota de cabelos muito negros que trajava as vestes de Hogwarts com um reluzente 'M' no peito, além de alguns detalhes sonserinos. A cabeça na lareira a encarou e a cumprimentou.
- Callister, falávamos de você.
- Espero que pelo menos fosse algo de bom, senhor. Não me agrada a idéia do senhor e Leon me difamando. - Disse ela com um sorriso um tanto ácido e recebendo um olhar de reprovação de Leon.
- Não era nada de ruim. Até agora. - Ele completou em um tom irônico.- Não devia estar vigiando meu neto?

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