segunda-feira, 26 de maio de 2008
12:31 | 0 Comentários Parte 1 - Os Suspeitos A história tem inicio em algum lugar de um tempo passado. Era de noite e chovia muito. Chover muito é pouco. O mundo estava acabando. Como em toda boa história de assassinato, o cenário de tudo isso não podia deixar de ser uma mansão gigantesca no meio do nada sobre a qual estouravam raios e trovões. Na parte da frente estavam parados cinco carros. Dentro da mansão havia nove pessoas. Tirando a cozinheira, a empregada e o mordomo, todos estavam ali por terem sido convidados e por um motivo absolutamente desconhecido. Os nomes verdadeiros não eram usados e ninguém ali se conhecia... Ou será que não? Vale começar com os nomes de nossos personagens, afinal se não os conhecermos fica difícil contar a história. Primeiramente há o mordomo Brown, seu aspecto físico é normal, tem cabelos castanhos e olhos azuis. Há o Mr. Green cujos cabelos são negros e os olhos azuis. E acabam-se os homens. Sim, estranhamente há mais mulheres nessa história um tanto quanto pitoresca. Elas são Miss Ivory, ruiva de cabelos compridos e ondulados, pele branca e olhos verdes; Miss Grey, igualmente branca com cabelos lisos e negros e olhos azuis; Miss Myrtle de olhos cinza, madeixas castanhas de tamanho médio; Miss Apricot, loira de fios compridos e orbes cinza e por fim, Miss Denim, de olhos verdes e cabelos lisos castanhos claros. Além deles havia a cozinheira Callister e a empregada Aileen. Por hora é só. À medida que a história for sendo contada, novos personagens serão apresentados. Já foi dito que chovia. Que a mansão era antiga e gigantesca e que nesse exato momento pessoas jantavam. - Eu exijo saber o que estamos fazendo aqui! – exclamou Miss Apricot batendo a mão na mesa de jantar. - Concordo! – disse Miss Myrtle levantando-se. – Fomos arrastados para essa mansão gigantesca e gostaríamos de explicações! - Acalmem-se, por favor, senhoras. As devidas explicações serão dadas após o jantar. – disse Mr. Brown quando a campainha tocou. Triiiiiiiiin Triiiiiiiiin. - Oh! O último convidado deve ter chegado. Com licença. – continuou retirando-se para abria a porta. Da sala de jantar, 6 pessoas puderam ouvir a conversa que se sucedeu. - Ah! Mr. Body! Deixe-me pegar sua maleta. - Pode deixar que da maleta eu mesmo cuido. O que está fazendo? - Trancando a porta, certamente. - E o que vai fazer com a chave? - Guardá-la. - E trancar-me aqui?! Dê-me agora! - Só por cima do meu cadáver! Agora, por aqui. Os dois voltaram a sala de jantar onde Mr. Body sentou-se na cabeceira. Todos os convidados olharam para a figura em sua frente. Um homem loiro de olhos azul e aparentemente bem apessoado. - Não parem de jantar só porque eu cheguei, por favor, continuem. – disse ele sorrindo. Todos continuaram olhando para ele e Mr. Brown viu a necessidade de intervenção. - Senhores. Se já terminaram e ninguém aceita uma sobremesa, creio que gostarão de tomar o licor no escritório. Sigam-me. – disse sendo prontamente obedecido por todos. Após a acomodação Mr. Brown abriu um envelope sobre a mesa e espalhou seu conteúdo sobre a mesma. - Bom. Creio que todos devem querer saber o motivo de terem sido chamados aqui. Para começar, acredito que todos tenham recebido uma carta como essa. – disse e retirou um envelope do bolso. "Caro Mr. Brown, creio que será extremamente vantajoso para o senhor comparecer à mansão Hollow na data que segue a fim de tratarmos de negócios." Os demais assentiram de leve com a cabeça. Enquanto Mr. Brown prosseguia. - Recebi ordens para revelar-lhes o que todos têm em comum: estão todos sendo chantageados. Uma onda de murmuro se instalou na sala em meio a negações e pequenos maldizeres. - Como estamos todos no mesmo barco, não vejo porque escondermos os motivos, portanto... A menos que queira fazê-lo Mr. Body. - Porque eu faria isso? - Como por quê? - Eu digo que isso é uma palhaçada e que devemos sair daqui agora! – respondeu Mr. Body levantando-se e indo em direção à saída. - Não vai sair por aí, eu tranquei a porta. Agora sugiro que todos retornem ao escritório. - Há outras saídas. – disse Mr. Body enquanto corria para os fundos da casa. Mr. Brown pôs-se a correr atrás dele até um pequeno jardim de inverno. - Você não pode sair por aí! - E porque não?! É apenas vidro! – disse pegando um vaso e preparando-se para lançá-lo contra o vidro quando dois cachorros Dobermann apareceram pulando no vidro e latindo ferozmente. Brown limitou-se a rir e esperar que o outro retornasse ao escritório, seguindo-o. Quando todos finalmente se encontravam reunidos, Brown deu inicio às explicações. - Primeiramente temos Green que estava sendo chantageado por manter um relacionamento secreto com uma das presentes aqui quando ambos estavam noivos. O que nos leva à tal moça que não é ninguém menos do que Miss Apricot. - Isso é... - Perfeitamente verdadeiro! Ambos estavam noivos na época que se conheceram e isso não foi nenhum empecilho, não é?! - Bom... – sussurrou Miss Apricot enquanto Green limitava-se a olhar para frente. - A próxima é Miss Grey que guarda uma identidade mais do que secreta junto ao governo e estava pagando ao chantageador para que não revelasse às autoridades que é uma espiã! - Humpf! – fez Grey com um meio sorriso. - Em seguida temos Miss Myrtle que, segundo foi descoberto pelo chantageador, utiliza-se de mecanismos ilegais no combate aos inimigos do governo. - Quem diria! Tantos rostos aparentemente inocentes... – comentou Miss Ivory - Rostos mentem e eu não diria que você é tão inocente quanto aparenta, afinal utiliza-se de influência para ficar cercada de pessoas que tragam vantagem à você, a maioria delas contra o governo! Brown falava tudo numa rapidez absurda e enquanto falava com Ivory pode sentir seu rosto corar como o dela. Fez-se um silêncio até que Miss Apricot falasse por fim. - E então! O que pretende com isso? - Espere! – disse Miss Myrtle. – Ele ainda não disse o que ela fez – disse apontando para Miss Denim sentada mais ao longe. - Oh sim! Talvez o segredo de Miss Denim seja o mais obscuro dentre todos! - O que ela fez? – perguntou Miss Apricot sem conseguir disfarçar a curiosidade. - Ela... Quantas vezes já foi casada Miss Denim? - No passado apenas duas. - respondeu sorrindo cinicamente. - No passado? O que quer dizer com isso? – perguntou Miss Ivory - Porque atualmente estou no meu terceiro casamento. - Exatamente! E vocês se perguntam como alguém aparentemente tão nova pode estar no 3º casamento? – disse Brown assim que ela terminou de falar. - Ela não é tão nova como aparenta?! – exclamou Miss Apricot. - Não... - Então porque disse aparentemente – retrucou. - Bom... Ora, por favor! Diga logo o crime que ela cometeu! – exclamou Myrtle chamando a atenção de todos. - Cof cof... Bom, os dois primeiros maridos de Miss Denim tiveram um fim... Trágico. - O que quer dizer? – perguntou Grey. - Seu primeiro marido, Joseph desapareceu e seu segundo marido, Rudolph foi encontrado morto. - Quero ver o que ela tem a dizer sobre isso – comentou Green. Olhos atentos voltaram-se todos para a mulher de expressão calma e serena. - Quando Rudolph morreu, eu estava no cinema. - Alguém a viu? – perguntou Brown. - Não. Estava escuro e era à noite. - Então não tem um álibi! - Veja bem. Quando eu cheguei em casa e vi seu corpo morto não posso dizer que fiquei apavorada! Apenas liguei para a policia e deram-me como principal suspeita. - Não sentiu nada mesmo? – perguntou Ivory. - Não... – respondeu pausadamente – É como vida após a morte! Agora que ele está morto, eu tenho uma vida! - E o que tem a dizer sobre seu primeiro marido desaparecido, o ilusionista? - Esse era o trabalho dele! - Mas ele nunca mais foi visto! - Bem, ele não era um ilusionista tão bom assim! - Ah... – Brown ia retrucar novamente quando Green o interrompeu. - Acredito que ainda não tenha dito sobre o segredo de Mr. Body. - Oh, é mesmo! Mas não adivinharam? Ele é o chantageador! - O que?! – Como?! – exclamaram os presentes levantando-se e dirigindo-se à Mr. Body. - Fiquem todos calmos! – gritou Brown, mas era tarde demais. Body já havia sido acertado por um golpe muito bem dado e sutil vindo de Miss Grey. – Por favor, senhoras, senhores! Sentem-se tdos! A polícia vai estar aqui em alguns minutos e resolveremos tudo isso - O que?! Não pode chamar a polícia! Não pode revelar assim os segredos dos outros! Eu tenho uma reputação a manter! – gritaram todos ao mesmo tempo. - Calmos! Calmos todos! – gritou Brown até que todos finalmente se acalmaram. - O que sugere? – perguntou Ivory - Assim que a polícia chegar, o que deve acontecer em 39 minutos, sugiro que todos contem que estão sendo chantageados para que essa extorsão termine de vez! - HÁ! E acha que vão concordar com essa sua idéia?! – disse Mr. Body saindo do escritório. - Onde você vai? – perguntou Brown. - Pegar minha maleta. Acho que posso ajudá-los a decidir! – disse voltando com uma maleta preta que colocou sobre a mesa de centro. Abriu-a e dentro havia 6 caixas de diversos tamanhos. Entregou uma caixa à cada um dos convidados e pediu que as abrissem. - Por que não? – disse Miss Grey abrindo a sua. O conteúdo era nada mais nada menos do que um candelabro de bronze. Miss Denim abriu sua caixa em seguida e dentro havia uma corda com um laço de enforcamento pronto. Os demais abriram suas caixas e encontraram um punhal na caixa de Miss Ivory, um cano na caixa de Miss Myrtle, um revólver na caixa de Miss Apricot e uma chave inglesa na caixa de Mr. Green. - Você só pode estar brincando! – exclamou Mr. Brown. - Não, não estou. – respondeu Body. – Deixe-me esclarecer... Cada um de vocês tem em suas mãos uma arma letal. A polícia chegará logo e nenhum de vocês quer arruinar suas reputações e eu não pretendo se acusado, ficar de bico calado, portanto a única solução é um de você matar Brown dentro de 30 minutos e, desse modo, ninguém jamais saberá de nada! - Há! E acha que vão concordar com a sua idéia? – disse Brown esforçando-se para não mostrar seu nervosismo. - É uma idéia interessante – disse Mr. Green. - Quem sabe... – concordou Miss Denim. - Para você seria bem fácil, não? – disse Miss. Apricot. - O que está insinuando? – perguntou Denim. - Senhoras, senhoras! – interveio Mr. Body. – Deixem para discutir isso depois. Já ouviram o que tinha para ser dito. Tomem sua decisão... Agora! – disse por fim apagando a luz do escritório.
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